O presidente do Instituto de Defesa Agropecuário do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Valney Souza Corrêa, comparou as ações de combate a febre aftosa com as ações de combate ao tráfico de drogas ocorridas no Rio de Janeiro, mais especificamente, nas favelas da Vila Cruzeiro e do Morro do Alemão, na semana passa.

“O combate a aftosa tem que ser feito como as ações no Morro do Alemão, com vontade política”, declarou o presidente do Indea, na manhã desta terça-feira (7), durante a cerimônia de entrega de 50 mil vacinas contra a aftosa aos produtores da Bolívia. O discurso fazia referencia a doação realizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e do laboratório Biogenesis Bagó, aos produtores da Bolívia.

A ação objetiva proteger a produção mato-grossense de bovinos, já que ambos os países possuem um intenso tráfico de gado pela larga fronteira seca. Além disso, vários produtores possuem criação tanto na Bolívia quanto no Brasil. Dessa forma, a fiscalização sobre a comercialização entre os países fica quase restrita a vigilância feita através de satélite.

A doação ocorreu pelo 13º ano consecutivo, número exato de anos cujo Mato Grosso está livre de focos da aftosa, e pela primeira vez a cerimônia de entrega foi realizada em solo mato-grossense. Anteriormente, a solenidade era realizada no país vizinho, mas desta vez foram os representantes bolivianos que vieram ao Brasil.

O presidente da Famato, Rui Prado, lembrou ainda que a produção bovina de Mato Grosso também passa por um rígido controle contra o surgimento de focos de febre aftosa. Atualmente existem 27 milhões de cabeças de gado em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).