O frigorífico Quatro Marcos possui uma dívida de R$ 9 milhões com os pecuaristas da região de São José dos Quatro Marcos, que cansados de tentar negociar com a empresa interditaram há seis dias
a entrada do estabelecimento com os maquinários das propriedades e o clima é tenso.

Um dos diretores de São Paulo, Jonas Sales, pode vir nesta segunda-feira (11) para ouvir os pecuaristas, porém em outra tentativa, o representante não compareceu, portanto, os produtores estão descrédulos desta promessa.

A empresa entrou com uma ação de reintegração de posse contra o Sindicato Rural (que nada tem a ver com o movimento, apenas tem ajudado a intermediar as negociações) e obteve a liminar que foi cumprida na sexta-feira (8), quando os produtores retiraram os maquinários de dentro do pátio da empresa, mas mantiveram o bloqueio com as máquinas estacionadas no acostamento da pista.

De acordo com os produtores, desde o pedido de recuperação judicial tem se tentado negociar a dívida junto aos diretores do frigorífico, porém os representantes da empresa Quatro Marcos se negam a manter qualquer tipo de diálogo e/ou negociação.

Os pecuaristas também estão irritados com o diretor da unidade, Moisés Gomes Campos, que garantiu no início do ano que a empresa era sólida e que os produtores poderiam confiar, oferecendo inclusive um sobrepreço em relação aos demais frigoríficos da região. Acreditando na promessa, os produtores estão indignados por não conseguirem receber.

“Com o deferimento do pedido de recuperação judicial o Frigorífico simplesmente virou as costas aos produtores, dizendo que os pagamentos seriam feitos no prazo de dois anos, o que em termos de pecuária é uma eternidade”, reclamou um dos pecuaristas que participa do protesto em frente à sede do frigorífico.

O movimento dos pecuaristas ganhou força e outros seguimentos prestam apoio aos acampados, inclusive o pároco da cidade de São José dos Quatro Marcos, padre Jorge, que acampou na sexta-feira junto aos produtores.

Segundo os pecuaristas, o movimento vai se manter até que algum proprietário do frigorífico venha negociar e enquanto isso não acontecer (e se for necessário) os pecuaristas resistirão com as forças que tiverem qualquer tentativa de desbloqueio da Unidade. Muitos disseram inclusive que só saem de onde estão para adentrar a unidade e lá se manterem, resistindo e mantendo o bloqueio.