Olhar Direto

Domingo, 04 de agosto de 2024

Notícias | Agronegócios

Agronegócio busca representatividade no Congresso argentino

O agronegócio argentino está decidido a ter sua própria representatividade no Congresso Nacional. Pela primeira vez, os líderes do setor fazem campanha para tentar formar um bloco ruralista a partir das eleições de 28 de junho, quando serão renovadas metade das vagas da Câmara (127 de 257) e um terço do Senado (24 de 72). A disputa pelo parlamento é mais uma etapa da briga do setor com a presidente Cristina Kirchner, que se recusa a rever os altos impostos e as restrições às exportações de produtos agropecuários.

Os principais líderes do setor, que levaram os produtores de todo o país às rodovias durante o locaute histórico realizado no ano passado, não irão disputar as eleições. Da lista de candidatos constam os vice-presidentes das entidades de representação nacional e algumas lideranças do interior. Ulises Forte, segundo vice-presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), é um dos poucos que ganhou notoriedade durante a mobilização do ano passado.

"É um momento propício para cumprir as reivindicações (de produtores) feitas nas assembleias, que reclamam por não termos representação política", justificou Forte, que é candidato a deputado na província de La Pampa. O primeiro vice-presidente da FAA, Pablo Orsolini, também candidato a deputado em Chaco, afirma que "há muito tempo a entidade discute a importância de participar da política partidária, para conseguir realizar mudanças".

Candidato por Formosa, o segundo vice-presidente de Confederações Rurais Argentinas (CRA), Ricardo Buryaile, explica que os produtores tentam, sem sucesso, mudar as regras impostas pelo governo para o setor há mais de um ano. "Se queremos mudar algo, temos que fazê-lo estando dentro do Legislativo", argumenta Buryaile. Os candidatos fazem parte da aliança de centro-esquerda formada pela Unión Cívica Radical (UCR), Coalición Cívica e Partido Socialista, denominada Acuerdo Cívico y Social (ACYS).

Havia expectativa sobre a candidatura de líderes como Alfredo De Angeli, o presidente da FAA de Entre Ríos e mais popular no país; de Luciano Miguens, ex-presidente da Sociedade Rural; Eduardo Buzzi, presidente da FAA; ou ainda de Mario Llambias, presidente da CRA. Mas nenhum deles se apresentou. "Foi uma decisão baseada na necessidade de fortalecer o Comitê de Negociação", explicou Forte.

O Comitê de Negociação conta com a participação dos presidentes e vice-presidentes das quatro principais entidades rurais e foi criado durante os protestos de 2008 para organizar a mobilização dos produtores e negociar com o governo. Entre os outros cinco candidatos estão duas mulheres: Laura Fernández Cagnone, produtora de Chivilcoy; e Hilma Ré, delegada da Sociedade Rural pela província de Entré Ríos.

Outros quatro candidatos se destacam: Jorge Solmi, integrante da mesa diretora da FAA é candidato a vereador pelo município de Pergamino, na província de Buenos Aires. Jorge Srodek, diretor da CARBAP (Confederações Rurais de Buenos Aires e La Pampa), é o único que já foi candidato em 2007, para deputado federal. Sem êxito, agora se postula a uma vaga de deputado provincial por Unión-Pro aliança de centro-direita entre a corrente dentro do governista Partido Justicialista (PJ), denominado PJ dissidente, e Proposta Republicana (PRO). O ex-presidente da Sociedade Rural, Lucio Aspiazú, também é candidato, mas por ACYS, em Corrientes.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet