Produtores rurais do Cerrado brasileiro contarão com uma importante ferramenta para a próxima safra de soja (2009/2010). Eles poderão ter excelentes produtividades e ter o controle da ferrugem asiática (principal doença da sojicultura) em suas mãos. Já estão à disposição da classe produtora, duas variedades de soja Inox resistentes ao fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem.
De acordo com Sérgio Suzuki, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, a soja Inox por apresentar reação de resistência à ferrugem dará ao produtor rural maior segurança e tranqüilidade no controle da doença. “Sendo a ferrugem da soja um dos principais problemas da sojicultura brasileira, as variedades que possuem resistência genética darão um diferencial competitivo aos produtores que a utilizarem. Isso pode significar a sobrevivência ou não do produtor neste atual cenário econômico”, revela Suzuki.
Os sete anos de trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos pesquisadores da Fundação MT e da Tropical Melhoramento Genético, TMG (empresa parceira da Fundação MT), demonstram que a união do fungicida com a resistência genética da soja Inox apresenta segurança no controle da ferrugem (possibilitando uma maior janela de aplicação dos fungicidas), alta produtividade, redução do gasto com fungicida, aumento da capacidade de pulverização, menor pressão de utilização de tratores, colhedeiras e plantadeiras, pois o produtor poderá realizar as operações em um período maior de tempo, e menor impacto ambiental.
Todos estes fatores de acordo com os pesquisadores possibilitarão ao produtor rural ter o controle da doença que mais tirou seu sono. “O fato das cultivares Inox portarem genes de resistência não significa que não estaremos recomendando aplicação de fungicidas. Pelo contrário, o objetivo principal desta tecnologia é tornar o controle da ferrugem mais tranqüilo e seguro para o produtor”, explica Eberson Calvo, pesquisador da TMG.
Os pesquisadores afirmam também que o foco principal da soja Inox não é somente sua resistência à ferrugem asiática, mas também seu excelente potencial produtivo. “A produtividade, juntamente com o esforço na redução dos custos de produção, é e continuará sendo o principal fator de lucratividade na atividade rural e a soja Inox significa mais produtividade, redução de custos e ainda contribui com o meio ambiente, pois ela diminui o uso de agroquímicos no processo produtivo.” Os resultados de pesquisa dos ensaios comparativos da soja Inox com os padrões mais produtivos plantados hoje no Mato Grosso, apontam que a soja Inox superou todos eles, demonstrando assim seu alto potencial produtivo.
Posicionamento – Fabiano Siqueri, pesquisador do programa de Proteção de Plantas da Fundação MT explica que o fungo causador da ferrugem da soja não se multiplica na soja Inox da mesma forma que nas variedades suscetíveis. Portanto, a recomendação de aplicação de fungicidas difere. “Hoje se recomenda em variedades suscetíveis que a primeira aplicação, quando preventiva, seja feita no máximo no estádio R1 (início da floração). Na soja Inox, caso a ferrugem não chegue antes, a aplicação preventiva poderá ser feita no estádio R3 (final da floração), possibilitando desta forma, um ganho de 15 a 20 dias na janela de aplicação”.
Siqueri lembra que medidas que compõem o manejo integrado de doenças, tais como respeito ao vazio sanitário, controle de plantas guaxas, uso de fungicidas, entre outras, devem continuar sendo seguidos pelo produtor rural e equipe técnica.
Variedades – A TMG 801, resistente à ferrugem da soja, é de ciclo precoce o que possibilita a semeadura de safrinha de milho. Ela apresenta ótimo engalhamento e excelente produtividade. A TMG 803, também é resistente à ferrugem da soja, é de ciclo semi-tardio e é uma boa alternativa para o escalonamento de colheita. Assim como a TMG 801, a TMG 803 tem ótimo engalhamento e tem excelentes índices de produtividade.
Pesquisadores lembram que as variedades de soja Inox, TMG 801 e TMG 803, resistentes à ferrugem asiática são cultivares convencionais, portanto não é recomendado a aplicação de glifosato (princípio ativo de um herbicida).
