Os preparativos para a próxima safra de soja, em Mato Grosso, estão atrasados. Os negócios antecipados para compra de adubo seguem em ritmo lento. Falta dinheiro na hora de fazer as compras.

Em Tangará da Serra, a 240 quilômetros de Cuiabá, o agricultor José Milton Falavinha comprou metade do adubo com recursos próprios para aproveitar a queda de preço dos fertilizantes. Ele pagou R$ 1,4 mil pela tonelada. No mesmo período do ano passado ele gastou R$ 2,4 mil por tonelada.

“Hoje, a gente visualiza uma queda no preço a curto prazo. Então, o adubo que falta, pretendemos adquirir mais próximo do plantio”, falou seu José.

Segundo o Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, os negócios para a próxima safra de verão estão atrasados. Nesta época no ano passado, praticamente todo o adubo já tinha sido negociado pelos produtores ou em compras diretas ou nos sistemas de trocas ou financiamento das multinacionais. Este ano, só os produtores com recursos próprios têm feito negócios. Até agora, sessenta por cento dos insumos foram adquiridos para o próximo plantio.

O agricultor Jaime Coradine, de Primavera do Leste, pretende usar a renda do milho safrinha para comprar metade do fertilizante que vai precisar. “Cinquenta por cento está indefinido porque a gente ainda não tem mercado futuro firme para fazer a troca”, justificou.

O agricultor Edson Zelenski tradicionalmente troca parte da soja que ainda vai plantar pelo adubo. Agora, aponta dificuldades na negociação. “A informação que passam é que as multinacionais e as empresas que bancam a troca não estão tendo caixa e não definiram o mercado futuro da soja, viabilizando a troca”, disse.

Em Sorriso, Mato Grosso, a saca de soja está sendo vendida por R$ 41,50, um valor