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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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Yasuda Seguros vai ampliar as operações no Brasil

Os japoneses querem proteger os carros e o patrimônio dos brasileiros. A Sompo Japan Insurance, uma das maiores seguradoras do Japão, resolveu ampliar as operações no Brasil em pleno momento de crise. "É o país que vai mais se desenvolver no mundo", afirma Masatoshi Sato, presidente e CEO mundial da Sompo, que também é uma das seis maiores seguradoras do planeta em ramos elementares.


A Sompo é dona da Yasuda Seguros, que no final de maio adquiriu 50% da brasileira Marítima por R$ 336 milhões. Com a economia japonesa em recessão, o grupo resolveu apostar na ampliação dos negócios internacionais, como uma forma de fazer as receitas crescerem. As regiões escolhidas foram os países que formam a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e o sudeste asiático. Em outubro do ano passado, no auge da crise, enquanto o banco Lehman Brothers quebrava, Sato veio ao Brasil e ficou animado com as perspectivas para a economia do país e para o mercado de seguros, que estava crescendo na casa dos 15% ao ano.

Nesse cenário, veio a decisão de ampliar as operações no Brasil e apareceu a Marítima, que precisava de recursos para se capitalizar e financiar seu projeto de expansão. Foram seis meses de negociação. Segundo Tatsujiro Yonekura, presidente e CEO da Yasuda, a seguradora está interessada em "alçar voos maiores" pelo país e a parceria com a Marítima vai permitir isso.

O grupo japonês vai manter as operações separadas por aqui. A Yasuda continua como uma seguradora independente, focada em seguro de automóveis e outros ramos elementares (como residencial, agrícola e transporte, além de vida em grupo). A Marítima também segue com suas operações, focada em saúde, automóveis e vida.

Segundo Sato, o fato de a seguradora brasileira ser independente, não ligada a banco, foi um dos principais atrativos. Outro fator que contou ponto foi o fato de ser uma das maiores companhias do país (é a décima, pelos dados de 2008) e ter uma marca bem conhecida no Brasil. A transação, que ainda não foi aprovada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), tem previsão de ser concluída em julho.

Sato veio de novo a São Paulo na semana passada para participar da festa dos 50 anos da Yasuda no Brasil e, com a ajuda de um intérprete, falou ao Valor. Com atuação discreta, a Yasuda foi ganhando espaço, principalmente na colônia japonesa que vive em São Paulo. A seguradora começou a operar em 1959 com o nome de América do Sul.

Em 2008, já entre as 30 maiores do país, a Yasuda teve prêmios de R$ 214 milhões e lucro líquido de R$ 11 milhões. A sinistralidade foi de 62%, abaixo da média do mercado (67%). O índice combinado, que mede a eficiência das operações, fechou em 93%, também melhor que boa parte das seguradoras locais. No Brasil, trabalham 340 funcionários e há escritórios em cidades como Recife, Manaus e Londrina (onde há grande número de imigrantes japoneses). No mundo, são 15 mil executivos.

A Sompo Japan Insurance foi fundada em 1888 e o investimento na Marítima foi o maior já feito pelo grupo em uma companhia estrangeira. O CEO da Sompo diz que o potencial de crescimento aqui é enorme. Ao contrário de outros grandes países, muito dependentes de exportações para crescerem, o Brasil pode se aproveitar do seu grande mercado interno, avalia Sato.

No Japão, o grupo anunciou planos de se fundir com a concorrente Nipponkoa Insurance, criando com isso uma das maiores companhias de seguro do país do segmento não-vida, com prêmios anuais de US$ 27 bilhões. A maior seguradora do Japão é a Tokio Marine, que coincidentemente também completa 50 anos no Brasil em 2009. A festa está marcada para julho e o presidente mundial da seguradora virá pela primeira vez ao país.
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