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Sábado, 27 de julho de 2024

Notícias | Agronegócios

Cana: setor trabalha com adiamento de até 20 usinas

De 35 novas usinas previstas para entrarem em operação na safra do Centro-Sul 2009/10, apenas cerca de 15 a 20 devem efetivamente ligar suas caldeiras, de acordo com o diretor técnico da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues. Segundo ele, o efeito da crise de liquidez ainda está incerto o que tem postergado a divulgação, pela entidade, de uma estimativa de produção para a safra que se inicia oficialmente em abril. "Além da quantidade de usinas em operação, temos o problema da falta de manutenção por falta de recursos, o que deve impactar na produção da próxima safra", disse ele.


Pádua estima que o mix de produção na próxima safra deverá ser de 43% para o açúcar e 57% para o etanol depois de registrar 39,6% de cana destinada para o açúcar e 60,4% para o etanol em 2008/09. "Será a primeira vez em duas safras que haverá um aumento de cana para o açúcar mas mesmo assim este aumento é limitado", disse. Em 2007/08, o mix foi de 44,2% para o açúcar e 55,8% para o etanol. "Todas as novas usinas que entrarão em operação produzirão apenas etanol o que vai equilibrar a maior produção de açúcar por outras usinas", explica.

Para o executivo, 20% da cana produzida na nova safra terá como destino certo o etanol. "Os 80% restantes poderão ser utilizados para o açúcar ou para o etanol", disse. Ele ressalta que um cenário de maior produção de açúcar só será possível quando as usinas voltarem a investir em maquinário para produção e isto deve acontecer apenas se os preços do produto se mantiverem elevados por umas duas safras.

Exportação - Na safra 2008/09, até o mês de fevereiro, a região Centro-Sul exportou 4,1 bilhões de litros de etanol, um volume próximo à estimativa de 4,2 bilhões. "Como a safra termina no final de março, ainda poderemos atingir a meta", disse. Dois terços deste total foram exportados para os Estados Unidos.

Na próxima safra, a expectativa é de que as exportações fiquem em torno de 3,2 bilhões de litros em função da menor importação norte-americana. "Ao contrário do ano passado, o mercado norte-americano não está com preços elevados do etanol que justifique a importação", explica o executivo. Para que isto acontecesse, ou os preços norte-americanos precisam subir ou o etanol brasileiro precisa recuar ainda mais. Hoje o galão de etanol norte-americano sai por US$ 1,65 e o litro de anidro no mercado brasileiro é cotado a R$ 0,83 por litro. Para que o etanol brasileiro ficasse competitivo, ou o galão norte-americano precisa subir para um nível acima de US$ 2,14 ou o anidro interno precisa cair para um patamar abaixo de R$ 0,60 por litro.

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