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Representantes dos frigoríficos não comparecem a audiência na Câmara

24 Mar 2009 - 19:00

Éryca Monteiro - De Brasília - Especial para Olhar Direto

“Frustrante”. Assim o deputado federal e vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Homero Pereira, definiu a audiência pública, realizada nesta tarde em Brasília, que discutiu a crise no setor pecuário brasileiro. O desabafo do deputado ocorreu em virtude da ausência das entidades representativas do setor a Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abeic) e Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Segundo Homero, nessa audiência se repetiu o mesmo problema ocorrido na audiência anterior, realizada no Senado, com a ausência dos órgãos representativos, os parlamentares não têm um panorama da real situação da pecuária no país. “Não temos como prescrever o remédio sem saber qual é a doença”. 

Os deputados também reclamaram da ausência do representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas a polêmica não parou por aí, um grupo de deputados que defendem os produtores afirmaram ser desnecessário um pacote para os frigoríficos, porque esses já teriam recebido recursos suficientes. O deputado federal, Cesar Silvestre (PPS-PR) afirma que quem pediu esse auxílio ao governo foram os grandes frigoríficos já receberam recursos do BNDES. “Eles recebem ajuda não pagam os produtores e ainda querem pedir socorro, sou contra a utilização de recursos do governo para auxiliar os grandes frigoríficos, quem precisa de auxílio são os pecuaristas”. 

O deputado Homero Pereira defende que o governo tem que tomar uma medida para salvar o setor e depois outra, a longo prazo, para recuperá-lo. Essa também é a opinião do presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Mário Candia. Segundo o presidente, existe uma crise de confiança do produtor. “O governo tem disponibilizar recursos para que os frigoríficos possam pagar o produto à vista”, atualmente, os frigoríficos levam o prazo de 30 dias para vender a carne e pagar os produtores. 

Quase ao final da audiência o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que duas medidas serão tomadas para aliviar o problema no setor. A primeira é a liberação dos créditos tributários devidos aos exportadores e a segunda é a ampliação do prazo de pagamento do crédito destinado ao capital de giro. Além disso, uma missão visitará a Rússia para estabelecer melhor relação com este que é um dos maiores importadores de carne brasileira. Também prometeu investigar a razão do atraso no pagamento dos fornecedores. 

Participaram da audiência o diretor geral de Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura e Pecuária, João Antônio Fagundes Salomão e o secretário adjunto de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Rutelly Marques da Silva.
O representante do Ministério da Fazenda apresentou números que demonstram o crescimento anual de 1,4% no rebanho bovino e 2,4% no abate, desde 1994. Porém detecta uma queda de 10% nesses números a partir de junho do ano passado. 

O representante do Mapa reafirmou que há preocupação com o setor porque de cada quatro quilos de carne exportada, um quilo é de carne brasileira, “de toda a produção brasileira cerca de 20 a 30% são exportados”. Ainda de acordo com o representante do Mapa nos últimos seis meses houve queda de 25% no rebanho de bovinos.
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