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Domingo, 29 de setembro de 2024

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Projeto busca impulsionar produtividade do milho

Foto: Reprodução

Projeto busca impulsionar produtividade do milho
A produtividade de milho no Brasil ainda é bastante baixa. Em 2008/09, período com condições climáticas favoráveis à cultura, a média nacional foi de 4.144 kg/ha, variando de 1.481 kg/ha na região Nordeste a 5.743 kg/ha na região Centro-Oeste.


Esses números não refletem o alto potencial produtivo do cereal. Em levantamento realizado por pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo na safra 2007/08, verificou-se que em 1.095 lavouras em diversas regiões do país a média de produtividade foi de 11.034 kg/ha, com variações de 8.000 a 16.000 kg/ha.

Constata-se que as diferenças de rendimento ainda são muito grandes em função das tecnologias adotadas e da capacidade gerencial dos produtores. Para o chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Milho e Sorgo, Derli Prudente Santana, esse quadro indica a possibilidade de aumentar a produtividade em praticamente todas as regiões, tomando como exemplo os casos bem sucedidos. “Hoje praticamente todo agricultor conhece alguém que já produziu mais do que 200 sacos de milho por hectare, o que passa a ser uma meta para muitos”, afirma.

Embora exista uma ampla diversidade no que diz respeito aos sistemas de produção do cereal no Brasil, é possível identificar pontos que podem ser trabalhados, resultando em maior eficiência econômica das lavouras.

Entre os principais fatores para a baixa produtividade do milho, estão: a baixa densidade de plantio, implantação da cultura fora da época adequada, uso de cultivares com baixa adaptação à região ou ao sistema de produção, correção e adubação do solo sem análise prévia e baixo uso de fertilizantes. Além disso, é preciso considerar também que a ocorrência de doenças, plantas daninhas e insetos-praga podem afetar significativamente o potencial produtivo do milho. Dessa forma, o manejo integrado de pragas tem sido cada vez mais importante para reduzir não só as perdas econômicas, mas também o risco ambiental ocasionado pelo uso indiscriminado de defensivos.

Derli Santana acredita que a competitividade da cultura depende de um uso mais adequado dos conhecimentos disponíveis e já validados e que, na maioria das vezes, requer poucos investimentos financeiros, mas exige maior acompanhamento e capacitação gerencial dos agricultores. Nesse sentido, a Embrapa Milho e Sorgo está desenvolvendo o projeto “Ações Estratégicas para o Aumento da Produtividade de Milho no Brasil”, que visa consolidar uma rede de cooperação técnica para transferência de tecnologias.

O projeto, financiado pelo PAC Embrapa (Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa), busca formar grupos de agentes multiplicadores. E, para isso, envolve profissionais de empresas de pesquisa e extensão, universidades, iniciativa privada e cooperativas.

As ações abrangem treinamentos, implantação de URTs (Unidades de Referência Técnica), palestras, reuniões e dias de campo para socialização das tecnologias e processos. O método de trabalho estabelece um fórum permanente de debates, com o monitoramento e avaliação dos resultados da aplicação das tecnologias no campo. Também estão previstas ações de comunicação: campanhas, eventos para agricultura familiar, divulgação na mídia, produção de material didático e informativo.

Com base na análise do cenário nacional, foram selecionados seis estados para concentração inicial de esforços: Rio Grande do Sul e Minas Gerais, com grandes áreas plantadas, mas baixa produtividade; Paraná e Goiás, que têm altos rendimentos, mas grandes preocupações com racionalização do uso de insumos; Mato Grosso e Oeste da Bahia, onde ocorre expansão da fronteira agrícola caracterizada por sistemas intensivos em ecossistema frágeis e destaca-se a preocupação com a sustentabilidade da agricultura.

As ações já tiveram início. Foram realizadas reuniões para apresentação do projeto em cinco estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. A proposta foi discutida com parceiros, que planejaram conjuntamente as ações iniciais.

O primeiro evento de capacitação do projeto foi realizado entre os dias 20 e 23 de outubro em Goiânia. Pesquisadores e analistas da Embrapa Milho e Sorgo discutiram os princípios das Boas Práticas Agrícolas com 25 técnicos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás.

Uma semana depois, entre 28 e 30 de outubro, foi a vez de extensionistas do Triângulo Mineiro receberem capacitação em Uberaba sobre como implantar URTs. Essas unidades serão usadas para validação de tecnologias e também para transferência de conhecimentos, pois servirão de suporte para dias de campo, visitas técnicas e poderão ser acompanhadas em todas as fases do processo de produção. Agricultores terão oportunidade de conhecer novas técnicas usadas na cultura de milho e seus resultados.

Uma URT já foi implantada no Paraná em parceria com a Coamo (Cooperativa Agroindustrial de Campo Mourão). Na unidade, são utilizadas tecnologias de manejo integrado de doenças. Ainda este ano, serão realizadas atividades no Rio Grande do Sul e Bahia. Em novembro, haverá discussão com os técnicos baianos das ações iniciais do projeto e em dezembro, capacitação para os gaúchos sobre implantação de URTs.
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