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Sábado, 20 de julho de 2024

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Rio e SP ajudam migrantes a voltar para suas cidades natais

Destino de muitas pessoas que buscam melhores oportunidades de emprego, as maiores metrópoles do País enviaram nos três primeiros meses deste ano 150 migrantes de diversas localidades de volta a suas cidades de origem. A medida, adotada por São Paulo e Rio de Janeiro, visa a diminuir o impacto social negativo da migração de cidades pequenas para as duas capitais.


A fuga das cidades grandes parte da vontade dos "forasteiros", que devem atender aos critérios exigidos. Para obter o benefício, os contemplados devem viver na miséria e comprovar vínculo com a localidade de origem. De acordo com informações das prefeituras, entre janeiro e março, São Paulo bancou o embarque de 82 brasileiros, e o Rio de Janeiro, 68.

O auxílio, segundo a Secretaria de Assistência Social de São Paulo, é concedido não apenas a moradores de rua, mas também para famílias na situação classificada como de "vulnerabilidade social". Além das passagens, a prefeitura da capital paulista pagou 15 auxílios-viagem para custear despesas com alimentação. Para ter direito ao benefício, o candidato precisa comparecer ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), comprovar a necessidade de deixar a metrópole e mostrar contato com parentes da cidade de origem.

"A compra de passagens tem como objetivo facilitar o processo de reinserção social na cidade natal do solicitante", disse a Coordenadora de Assistência Social da região centro-oeste de São Paulo, Margarida Yoshie Yuba. Em 2009, a prefeitura de São Paulo arcou com 1.153 passagens.

"Sou pau-de-arara"
No Rio de Janeiro o princípio é bem semelhante. O programa "De volta à Terra Natal" arca com todas as despesas da passagem e oferece o lanche para ser consumido ao longo da viagem. O deslocamento pode ser rodoviário ou aéreo, em casos especiais, como o de pessoas portadoras de deficiência. Em média, a passagem custa R$ 330.

A maioria busca retorno à região Nordeste, mas migrantes de Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina também procuraram ajuda. Segundo Carlos Augusto de Araújo Jorge, subsecretário da pasta de assistência social da capital fluminense, não há caráter "xenofóbico" no programa. "Eu mesmo sou um 'pau-de-arara', vim de Alagoas", brincou Jorge.

O beneficiado precisa ser usuário da Rede de Proteção Social do município, ser entrevistado por assistentes sociais e ter uma referência familiar ou comunitária na cidade para onde será encaminhado. Além disso, a Secretaria Municipal de Assistência Social entra em contato com órgãos de ação social da cidade em questão para que a pessoa beneficiada tenha um amparo e consiga a reintegração.

"São pessoas que estão na faixa elegível para receber o Bolsa-Família", disse. No ano passado, quando o programa começou a ser implantado, foram pagas 37 passagens. O objetivo, de acordo com Jorge, é de contemplar em 2010 até 350 pessoas.

Para quem chegou e não quer voltar
A Secretaria de Assistência Social de São Paulo mantém ainda, no Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte, o Centro de Referência do Migrante, também conhecido como "CRAS Rodoviário".

O centro dá suporte a quem migrou e tem necessidade de encaminhamento profissional, abrigo ou mesmo a passagem de volta à terra natal. Por mês, a unidade chega a atender cerca de 1,7 mil pessoas. Já os migrantes que não querem deixar a cidade são encaminhados para os serviços da rede socioassistencial como Centros de Acolhida, onde podem obter documentos, e também à Central de Apoio ao Trabalhador (CAT) para encaminhamento profissional.
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