O morador do complexo do Alemão, conjunto de favelas no subúrbio do Rio, se sente mais livre do que quem vive no asfalto. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que tem como objetivo avaliar a percepção da presença do estado na sociedade carioca.

Quem mora no Alemão deu 68 pontos, numa avaliação de 0 a 100, para sua liberdade de ir e vir, enquanto que a população do asfalto nas zonas Norte, Sul, Oeste, e no centro da cidade, atribuiu 40 pontos para o mesmo direito.

Um ponto em comum entre os entrevistados foi o de que a lei e a Justiça não protegem a todos igualmente. A maioria dos participantes avaliou como ruim esse item.

Em relação à polícia, moradores do asfalto estão mais satisfeitos e atribuíram 70 pontos para o tratamento que recebem da corporação, enquanto que quem mora no Alemão considerou ruim esse atendimento e deu 26 pontos.

Estudo inédito
O estudo inédito, resultado de 1.100 entrevistas, é uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) e o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV). Realizada entre setembro de 2009 e maio de 2010, a pesquisa mostra a avaliação que o carioca faz, por exemplo, sobre a inclusão, a Justiça, a Segurança Pública e a igualdade.

Avaliações
Moradores do Alemão deram 51 pontos para a percepção de que os brasileiros têm oportunidades iguais. Já os moradores do asfalto atribuíram de 34 a 23 pontos para esse assunto.

Para a liberdade de votar no político que desejam, todos deram boa pontuação (de 85 a 87 pontos), assim como para a percepção de igualdade entre homens e mulheres. Já a percepção de igualdade racial recebeu 51 pontos dos moradores do asfalto e 55 dos que vivem em comunidade carente.