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Terça-feira, 25 de junho de 2024

Notícias | Brasil

Um ano depois, moradores transferidos do Morro do Alemão dizem que a vida melhorou

Faz um ano que a vida de 56 famílias do Complexo do Alemão mudou, desde que elas foram transferidas do Morro do Adeus para os novos apartamentos construídos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


“Antigamente a gente pegava um táxi para ir ao morro e o motorista não queria subir. A polícia entrava na nossa casa e não se podia falar nada. Eu morava num barraco, com esgoto à céu aberto e rato passando. Agora tem água tratada. Isso aumenta a nossa auto-estima. Aqui as crianças vão crescer e não vão ver ninguém fumando maconha ou segurando um fuzil”, desabafou Jean Soares de Souza.

Ele ocupa com a mãe, de 85 anos, um apartamento do novo conjunto habitacional, inaugurado em maio de 2009. Atualmente desempregado, Jean foi um dos trabalhadores temporários das obras do PAC. Orgulhoso com a nova casa, convida a entrar e faz questão de mostrar o chão de cerâmica branca, comprada com o valor recebido na rescisão. Mas como o dinheiro do seguro-desemprego está acabando, ele agora está procurando um novo trabalho, desta vez como bombeiro-hidráulico, profissão que aprendeu no Centro Técnico Profissionalizante (Cetep) do Morro do Alemão, que funciona ao lado dos prédios.

Outro efeito das obras é a conquista de maior cidadania. Se antes eles viviam em barracos de forma irregular, sem serviços legais de água e luz, agora estão incluídos na sociedade formal de consumo. Embora tenham que pagar por benefícios anteriormente obtidos de graça, por intermédio dos chamados “gatos”, eles não acham ruim a nova situação.

“Vale a pena [pagar]. Você tem mais conforto. Tem sua água e sua luz tranquilo. Qualquer coisa que falte, liga para a Light [fornecedora de energia], que ela já vem e resolve. Lá era um caos total com a água. Vinha um dia, faltava no outro. Aqui não fica esse negócio de emendar borracha [mangueira], pedindo ao vizinho. Falta de água, jamais”. Comemora Carlos de Andrade, que mora em um dos apartamentos de dois quartos com a família.

Uma das moradoras mais antigas do conjunto é a aposentada Iracema Iara Gonçalves, de 73 anos, que vivia no Morro do Adeus desde o tempo em que era preciso levar água em latas, equilibrando na cabeça, como diz a marchinha de Luis Antônio e J. Júnior. “Antigamente a gente carregava a água em lata morro acima. Às vezes estava chovendo, a gente escorregava na lama e a água caía. Tinha que descer de novo até a nascente. Era o maior sacrifício”, lembrou ela. “Aqui não tem esse problema de ficar subindo o morro, cansada”, completou Iracema.

No final deste mês, um novo conjunto habitacional vai ser inaugurado no Morro do Alemão, no terreno onde funcionou uma fábrica de roupas femininas, que fechou por causa da da violência na região. Serão 352 apartamentos, construídos com recursos do PAC, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda. Outros 32 apartamentos serão entregues, na área de acesso ao teleférico que está sendo construído no Morro do Adeus. Também será inaugurada uma escola para 1,8 mil alunos e um complexo esportivo com piscina.
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