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Sábado, 20 de julho de 2024

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Polícia simula morte de homem baleado por segurar furadeira

A Polícia Civil voltou à residência de Hélio Ribeiro, nesta quinta-feira, para fazer a reconstituição da morte do trabalhador atingido por um disparo feito por um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). O disparo fatal ocorreu durante operação em um dos acessos ao Morro do Andaraí, na zona norte do Rio, no dia 19 de maio. Hélio segurava uma furadeira, que teria sido confundido com uma arma.


A simulação durou pouco mais de uma hora. Conforme a delegada Leila Goulart, a perícia foi ao local tentar elucidar questões como a possibilidade de o policial confundir a furadeira com uma arma, se havia como o cabo Leonardo Albarello, autor do disparo, ouvir o barulho da ferramenta e se a vítima poderia escutar as ordens do policial para largar a suposta arma. O laudo deve ficar em até 30 dias.

Albarello não participou da reconstituição, que foi feita em módulos e de forma individual. A distância do disparo que atingiu Hélio era de 30 metros. Outro policial, que estava ao lado de Alburello no dia da morte, auxiliou a contar a versão do cabo.

De acordo com a testemunha, Hélio empunhou a furadeira e fez movimentos para cima e para baixo. A vítima também teria olhado para a rua, dando a entender que procurava a equipe de PMs que atuava no local. O policial viu quando Hélio subiu a escada e apoiou uma das mãos na parede. Albarello estava posicionado quase no meio da ladeira da rua de trás, na subida do morro, de costas para a casa. Ele não conseguiu lembrar se a furadeira estava ligada ou não.

Na versão da esposa, o policial estava próximo ao muro de uma casa, com o fuzil empunhado. Ela teria segurado a escada para o marido, de costas para a rua. Regina disse que a vítima ligou e desligou a furadeira. Por isso, os peritos fizeram o teste das duas formas. Um policial civil, na posição de Albarello, gritou "larga". Os peritos usaram laser para medir a distância entre o policial e a vítima.

A delegada disse que conseguiu ouvir a ordem do policial, mesmo com a furadeira ligada. Ela não quis responder se seria possível confundir a furadeira com a arma. O advogado da família, Donato Ferreira, chamou a perícia de show pirotécnico, que abriu ainda mais a ferida da esposa. Ele afirmou que é indiscutível o fato de que alguém mirou e atirou e de que nenhum policial deveria ter intensão de ferir inocentes.
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