A mãe do adolescente envolvido no desaparecimento de Eliza Samudio, 25, disse nesta quinta-feira que acredita que o filho mentiu durante os depoimentos prestados à polícia sobre a morte da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, 25, afastado do Flamengo, que é primo do jovem.
"Até agora eu não acredito que isso tudo tenha acontecido. Só vou acreditar quando provarem", afirmou a mulher, que não teve a identidade revelada, durante o programa "Mais Você", da Rede Globo.
Segundo a mãe do adolescente, seu filho morava com Bruno há dois meses. Ele foi para a casa do primo após se envolver com drogas e ser ameaçado de morte. Em uma outra ocasião, seu filho já havia morado com o goleiro.
"Ele mente, mentiu muitas vezes pra mim, só eu olhando pra ele pra ver se está falando a verdade", diz a mulher, que ainda não teve contato com o filho desde que ele foi apreendido.
Ela diz que ficou sabendo do caso pela televisão e achou a história um grande absurdo, por conhecer Bruno desde os 6 anos e saber que ele é uma boa pessoa. "Fiquei preocupada, mas a gente não acreditada nessas coisas"
De acordo com a mãe do adolescente, seu filho precisa de ajuda psicológica e tratamento.
DEPOIMENTO
A polícia ouviu novamente nesta quarta-feira (14) o adolescente de 17 anos primo do goleiro que confessou ter participado do sequestro de Eliza. Ele revelou mais detalhes do crime, mas a polícia disse que não divulgaria as informações para não atrapalhar a investigação.
'Percebemos que realmente ele reserva a presença do Bruno, mas percebemos também, como investigadores, que a partir de um determinado momento certamente que o Bruno toma conhecimento e sabe do que está acontecendo', afirmou a delegada Ana Maria dos Santos.
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, disse à polícia não ter informações sobre a morte de Eliza. Depoimento do ex-policial obtido pela Folha diz que 'com relação à morte de Eliza Silva Samudio, o declarante diz não saber de nada'.
BUSCAS
Ontem, a polícia voltou a fazer buscas no sítio do goleiro Bruno e na casa do ex-policial Bola, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza.
Restos de concreto retirados da casa de Bola, um capacete, uma 'carteira da imprensa' e outros 'objetos úteis para investigação' foram apreendidos e encaminhados para o instituto de criminalística.
Durante as buscas na casa de Bola, a polícia utilizou um aparelho chamado GPR --um radar de penetração que faz um raio-X em materiais como o concreto-- que foi fornecido pelo departamento de geologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Também foram localizados vestígios que podem ser de sangue no colchão de um dos cômodos do sítio do jogador em Esmeraldas (MG).
