Sylvester Stallone não perde a mania de ser diretor. Assim que chega para a entrevista, começa a mudar tudo: o ângulo da câmera, as luzes. Só então senta para conversar.

O ator que ficou conhecido por atuar em filmes violentos, diz que o gênero não é respeitado como deveria, já que sem o dinheiro das grandes produções de ação, não haveria indústria do cinema.

Pergunto se é verdade que ele começou a faculdade na década de 60 e acabou há pouco tempo. Ele ri, mas admite - levou 30 anos pra se formar.

"Eu larguei a escola, eu queria conquistar o mundo. Mas foi horrível, passei por muita coisa. Cheguei a dormir em parada de ônibus, mas finalmente eu disse: ‘ou eu escrevo ou fico maluco’. E aí escrevi ‘Rocky’, um filme sobre quem nunca tem uma chance na vida", conta Stallone.

Rocky foi a grande virada. O menino que teve uma infância difícil criou um mito do cinema e assim, conquistou o status de diretor.

Stallone teve uma infância difícil. A mãe, muito pobre, fez o parto fora de um hospital e na hora em que ele nasceu o maxilar foi machucado. Por anos ele não conseguiu sequer falar, mas o desejo de superar o problema virou um incentivo para a carreira.

A nova produção de Stallone é o filme "Mercenários", que teve cenas rodadas no Brasil.

Na semana passada, durante o Comic-Com, o maior evento de cultura pop do mundo, em San Diego, Estados Unidos, Stallone disse que gravar no Brasil foi ótimo. Mas soltou esta frase:

“Você pode matar, explodir o país e eles dizem ‘obrigado’ e ainda te dão um macaco de presente para você levar para casa!”

O comentário, ele diz agora, foi uma brincadeira infeliz. Tudo começou quando uma filmagem no Rio de Janeiro foi cancelada porque uma autoridade ambiental temia que os barulhos da cena pudessem espantar os macacos. E ele respondeu que nunca tinha visto nenhum macaco por ali. Por causa disso, teve que gravar as últimas cenas do filme nos Estados Unidos. A partir de então, o macaco virou piada no set de gravação.

"Eu disse que você poderia destruir coisas, mas na verdade, você não pode, é um truque que parece com uma explosão. É que nos Estados Unidos você não pode fazer nada. Eu só quis ser engraçado", disse o ator.

“Eu espero voltar para fazer uma sequência, foi tudo fantástico. Nós pudemos gravar com pessoas de verdade, dar um grande realismo, muito mais do que fizemos no ‘Rambo’, por exemplo. Este é o melhor filme de ação que eu já fiz e agradeço o Brasil por isso”.

Para encerrar, Stallone recebeu um presente, que ele recebeu sem cara feia.

“Brasil, eu amo você! Eu fiz uma piada que não deu certo, de verdade, esse é o primeiro macaco que eu vejo até agora!”, brinca o ator.