A redução da desigualdade social através por meio da distribuição de renda foi menor na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, que refletiu dados de 2008, em relação à série histórica anterior da PNAD, entre 1995 e 2007. O resultado faz parte de diagnóstico divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
O índice Gini, que mede a redução da desigualdade na distribuição da renda, foi de 0,538 pontos em 2009, contra 0,544 em 2008 e 0,051 em 2007, o que demonstra uma redução na curva de diminuição da desigualdade. De acordo com o IPEA, a redução no ritmo da diferença entre pobres e ricos se deve à crise econômica que atingiu todas as economias do mundo ao final de 2008 e que trouxe impacto negativo na geração de empregos também no Brasil.
“Temos absoluta certeza de que esta redução foi menor em 2009 do que nos anos anteriores devido à retração no mercado de trabalho devido à crise, embora as medidas de combate aos efeitos da crise , com o aumento do salário mínimo, tenha mitigado os efeitos negativos do mercado de trabalho”, afirmou o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Serguei Soares.
Ainda segundo a análise do IPEA, a pobreza continua caindo em todas as linhas de pobreza. A queda do hiato de pobreza (que é o cálculo do valor em reais que são necessários para que a pessoa saia da pobreza) é tão forte que hoje o hiato é pouco mais que 1% da renda do brasileiro, para uma linha de pobreza mediana. Ou seja, faltaria retirar o equivalente a 1% da renda média per capita para retirar as pessoas da pobreza.
Embora tenha sido destacado para abordar apenas aspectos científicos do levantamento, Soares foi questionado pela reportagem do Olhar Direto a respeito da oportunidade de divulgar os dados em plena campanha eleitoral, tendo em vista que a redução da pobreza é a principal promessa da candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff.
“O calendário científico não coincide com o calendário político. A divulgação da pesquisa não tem nenhum cunho eleitoral. O IPEA se limita apenas a abordar os aspectos científicos do nosso trabalho”, respondeu.
