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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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Beltrame: há infomações que levam a crer em ordens de Marcinho VP

A secretaria de Segurança do Rio de Janeiro confirmou nesta terça-feira que quatro pessoas detidas em Copacabana teriam apresentado indícios de que a ordem para a onda de ataques no Rio partiu de um presídio de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná. A secretaria trabalha com a hipótese de que o traficante Marcinho VP, um dos líderes da maior facção criminosa do Rio, tenha ordenado os ataques.


"Temos um conjunto de informações que nos leva a uma análise de que isto está acontecendo (ordens de VP). Não se tem uma informação totalmente completa", disse o secretário José Mariano Beltrame.

"Quem atravessar o caminho daquilo que está sendo colocado em prática no Rio, será atropleado. Se apostaram que após o pleito eleitoral a política da secretaria de segurança ia mudar, estão enganados. Esse programa vai até o fim e se não for até o fim, dificilmente o Rio vai ter resultados de longo ou médio prazo", afirmou Beltrame.

O secretário falou após divulgar um balanço da mega-operação desencadeada pela Polícia Militar (PM) e pela Polícia Civil em reação aos recentes ataques ocorridos no Rio. De acordo com o secretário, as polícias fizeram incursões em 17 comunidades do RJ, utilizando 440 homens e 140 viaturas. O objetivo era procurar os envolvidos nos ataques, que, segundo a secretaria de Segurança, estão ligados a uma facção criminosa. Foram realizadas seis prisões.

Beltrame admitiu que a onda de arrastões e incêndio de veículos tem assustado a população. Segundo ele, as melhorias serão percebidas apenas a médio e longo prazos. "As pessoas estão assustadas, sem dúvida nenhuma essas questões assustam. Mas nós temos um propósito. Vamos ter que continuar vivendo com ações do Rio antigo. Uma transformação não vai se fazer de uma hora para a outra", afirmou.

Beltrame falou também que as operações para instalações de unidades de polícia pacificadoras (UPPs) vão continuar. "Quanto mais provocarem as nossas propostas, mais força terão as nossas ações", afirmou o secretário durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira. Ele disse que a ação ostensiva da polícia vai continuar pelo tempo necessário. No entanto, negou que elas representem a solução para o problema.

"São ações de repressão. Não resolvem o problema sozinha. O que resolve é um plano que estamos completando dois anos com excelentes resultados", disse. Beltrame afirmou que a secretaria também está investigando uma eventual união entre duas facções criminosas do Rio. "Temos isso no campo. Não é uma informação confirmada. Em tese seria Comando Vermelho e ADA (Amigo dos Amigos)".

Violência
A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. No morro Mandela, Complexo de Manguinhos, um suspeito morreu e outros 11 foram detidos em ação da PM em 17 comunidades do Rio de Janeiro e região metropolitana.

A cúpula da PM anunciou também nesta terça a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação das UPPs.
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