O relações públicas da PM, coronel Lima Castro, garantiu que a Polícia Militar vai apurar para saber quem marcou os veículos apreendidos nas operações no Complexo do Alemão e da Penha. Segundo o coronel, a determinação do comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, era de que apenas as armas apreendidas fossem marcadas com tinta spray por causa do inventário que eles estão fazendo. Lima Castro reafirma que não há ordem do comandante-geral para marcar os carros.

O spray de tinta branca usado pela Polícia Militar durante as operações para marcar suas apreensões tem causado grande polêmica. Pelo menos 18 motos e um carro foram pichados com a inscrição da corporação, o que causou a ira dos proprietários destes veículos.

A maioria dos veículos marcados com a tinta traz a sigla 'PM'. Alguns apenas um 'X'. Mas o que mais impressionou foi uma picape Ford Ranger preta, modelo 2008/2009 placa KQV-0915. O veículo pertence a R., morador de São João de Meriti. Procurado, ele não foi localizado. Mas sua mulher negou que o carro do marido tivesse sido apreendido.

Isso indicaria que a placa do veículo, então, estava clonada. Neste caso, peritos ainda vão tentar identificar o verdadeiro dono do veículo pelo número do chassi.

Violência no Rio
O Complexo do Alemão está ocupado pelas forças de segurança desde o dia 28 de novembro. A tomada do local aconteceu praticamente sem resistência numa ação conjunta da Polícia Militar, Civil, Federal e Forças Armadas. A polícia investiga uma possível fuga de traficantes pela tubulação de esgoto do Alemão antes dos policiais subirem o morro. Na quinta, 25 de novembro, a polícia assumiu o comando da Vila Cruzeiro, na Penha. Ambos dominados, até então, pela facção criminosa Comando Vermelho. As ações foram uma resposta do Estado a uma série de ataques, que começou na tarde do dia 21 de novembro. Em uma semana, pelo menos 39 pessoas morreram e mais de 180 veículos foram incendiados por criminosos nas ruas do Rio de Janeiro.