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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Chuvas deixam mais de 250 mortos na Região Serrana do Rio

As chuvas que castigam há uma semana o sudeste do Brasil atingiram nesta quarta-feira a Região Serrana do Rio de Janeiro, contabilizando ao menos 257 mortos, dezenas de desaparecidos e um rastro de lodo e destruição em bairros inteiros, situação que as autoridades classificaram de "crítica".


Nesta quarta, as fortes chuvas, que afetam o estado do Rio de Janeiro a cada janeiro, caíram com força em Teresópolis, município que fica a 91 quilômetros da capital fluminense, onde foram confirmadas 130 mortes, um número que pode aumentar na medida em que avançam os trabalhos de resgate.

"É a maior catástrofe da história de Teresópolis", fundada em 1891, declarou o secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, uma afirmação que coincidiu o prefeito da localidade, Jorge Mario Sedlacek, quem apontou que o resgate deverá continuar durante alguns dias.

"Não houve distinção entre pobres e ricos nessa tragédia. Tudo veio abaixo", declarou à imprensa uma mulher que conseguiu escapar da derrubada da casa que vivia em uma encosta em Teresópolis.

Os temporais que começaram a cair na noite de terça-feira atingiram também as cidades vizinhas de Nova Friburgo e Petrópolis, principalmente o distrito de Itaipava, localidades de topografia acidentada em que os mortos superam os 120.

Entre estes óbitos está o da estilista e designer Daniela Conolly, de 39 anos. Daniela estava hospedada em um sítio em Itaipava para comemorar o aniversário de seu pai, que também faleceu. Morreram o pai e a mãe da estilista; o marido e o filho, de 2 anos; a babá; e três sobrinhos, filhos do economista Erick Conolly, irmão de Daniela e diretor da holding do Icatu, que estava no Rio trabalhando.

Em Nova Friburgo, onde o número de mortes chega a 107, há três bombeiros entre as vítimas, os quais participavam de uma operação de resgate quando foram soterrados pelos escombros de um pequeno prédio que desmoronou.

A Defesa Civil divulgou dados iniciais que contabilizam ao menos 50 desaparecidos, mas admitiu que tanto esse número quanto o de mortos pode aumentar na medida em que as equipes de socorro chegam às regiões mais críticas.

Muitos bairros das cidades afetadas permaneciam incomunicáveis pelos deslizamentos e os socorristas tentavam abrir passagem entre as toneladas de barro para ajudar às vítimas e iniciar os trabalhos de busca de corpos.

As imagens de televisão, feitas a partir de helicópteros, mostravam bairros inteiros sepultados pelo lodo, onde só era possível avistar o telhado de algumas casas e moradores isolados acenando com panos brancos.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, confirmou que pediu à Marinha o envio urgente de soldados especializados em resgates, assim como aviões de transporte e equipes para remover o lodo, principalmente das estradas.

Cabral declarou que conversou por telefone com a presidente Dilma Rousseff. A governante se comprometeu a enviar "toda a ajuda disponível" com urgência e decidiu liberar R$ 700 milhões do orçamento nacional para atender a emergência.

Dilma também decidiu sobrevoar nesta quinta-feira as áreas afetadas pelas chuvas na Região Serrana fluminense.
As autoridades nacionais de Defesa Civil começaram a arrecadar ajuda para enviar às áreas de desastre, nas quais calculam em mais de 1 mil as pessoas que tiveram de deixar suas casas e foram obrigadas de forma precária em prédios públicos e escolas.

No ano passado, no mesmo mês de janeiro, que se caracteriza por torrenciais chuvas, ao menos 75 pessoas morreram em deslizamentos ocorridos em diversas regiões do estado do Rio de Janeiro, incluindo várias áreas que nesta quarta-feira voltaram a ser sepultadas pelo lodo.

Desta vez, o desastre chegou à Região Serrana do Rio de Janeiro um dia depois de um violento temporal causar 13 mortos no estado de São Paulo, onde ainda nesta quarta-feira havia cidades inteiras debaixo d''água.

Em São Paulo, a situação mais crítica é em Franco da Rocha, cuja cidade seguia totalmente inundada em consequência das chuvas de terça-feira.
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