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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Família sobrevive ao escapar pelo telhado em Teresópolis

Famílias inteiras, moradoras do bairro Vieira, em Teresópolis, perderam tudo na chuva que atingiu a Região Serrana do Rio na terça-feira (11). Neste sábado (15), a cozinheira Rosemeri de Freitas, 47 anos, ainda tenta tirar a lama de dentro de casa e não sabe como fará para reconstruir a vida.


Ela e mais 15 pessoas de sua família conseguiram escapar com vida pelo telhado da casa dos sogros. O rio que passa atrás das quatro casas, construídas no mesmo terreno, invadiu todos os cômodos, destruindo móveis e espalhando desespero. O bairro está sem luz, água e telefone.

“Estávamos dormindo. Minha filha de 17 anos sentou na cama, paralisada. Tive que puxá-la para conseguirmos sair com vida. A água entrou pela porta da frente e dos fundos ao mesmo tempo. Foi um desespero. Está tudo destruído. Não sei como vou reconstruir a nossa vida”, contou Rosimeri de Freitas.

Sua irmã, Suzana Pinheiro, de 39 anos, teve que sair com o filho de 5 anos no colo. “Meus sogros são idosos e também tiveram que sair pelo telhado. Eles não queriam ir, mas não íamos sair sem os dois”, explicou a moradora de Vieira. Ela e a família estão na casa de parentes.

Mulher salva mãe cadeirante

Comerciante do mesmo bairro, Rosana Freitas, de 40 anos, salvou a mãe cadeirante, na terça-feira, mas não sabe como vai reconstruir sua casa e loja. “Ainda nem tinha acabado de pagar as mercadorias. Preciso de um milagre para me reerguer agora”, disse, chorando.

O dono de um hotel do bairro, São Moritz, abriu o estabelecimento para os desabrigados. Cerca de 19 pessoas estão dormindo no salão do local. O casal de idosos Julieta e Ernesto da Silva perdeu tudo, mas não a esperança. “Vamos tentar reconstruir a vida”, disse o marido.

No mesmo bairro, moradora perdeu 30 parentes e amigos na tragédia.

Desde a noite de terça-feira (11), mais de 590 pessoas morreram na Região Serrana com as chuvas que castigaram principalmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
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