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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Pedreiro perde a família e ajuda como voluntário nos resgates de Nova Friburgo (RJ)

Nessa tragédia, surgem muitos voluntários dispostos a ajuda quem precisa. Mas a história de um deles merece ser contada com detalhes. Em Nova Friburgo, o repórter Tiago Eltz conheceu o pedreiro Leandro Machado.


Leandro tem sido uma ajuda preciosa para os resgates. Conhece como ninguém o interior do município. Quando chega um pedido de ajuda, é ele quem indica no mapa o local onde o helicóptero tem que ir. E, muitas vezes, ele mesmo vai na aeronave para ajudar os pilotos.

“Foi um dos primeiros que apareceu aqui para dar as indicações dos locais sem acesso. Foi um cara bastante fundamental pra gente. Está aqui com a gente o tempo todo”, destacou o tenente-coronel Sérgio Sardinha.

Mesmo sendo tão útil, ele seria apenas mais um voluntário, se não fosse o drama que está vivendo. Leandro perdeu a mulher, a mãe e o filho, de apenas 2 anos, nos deslizamentos em Friburgo. Neste sábado (15), ele guiou o helicóptero mais uma vez. Agora, para o local onde morava, uma área destruída pela enxurrada.

Leandro não estava no local, no dia dos deslizamentos. Não imaginou que a casa, cercada de mata nativa, pudesse ser atingida. Ele acabou em meio à enchente e decidiu, imediatamente, ajudar os outros. E foi trabalhando como voluntário, em uma área próxima a casa dele, que veio a notícia das mortes dos familiares. Mesmo atordoado, tomou a decisão que impressionou até os bombeiros. Sem ter como ajudar a próxima família, ele decidiu continuar ajudando os outros.

“A minha família está lá em cima. Deus os colocou num bom lugar. E eu vejo que há várias pessoas que eu acho que, se eu tivesse chegado a tempo, eu poderia ter salvado” contou o pedreiro.

Somente neste sábado, ele conseguiu resgatar e enterrar os corpos da mulher e do filho. E foi neste sábado também, vasculhando o que sobrou da casa, que o homem que tem ajudado tanto a aliviar a dor dos outros, chorou pela primeira vez.

Leandro não tem onde morar. Está vivendo com a ajuda dos bombeiros. Mas quando o repórter pergunta o que ele precisa, o que pensa para os próximos dias, o pedreiro, de corpo franzino, de fala simples, mostra toda a grandiosidade capaz de, em desgraças como essas, erguer homens e até cidades.

“Vamos ser humildes, amigos um dos outros, solidário, porque a população de Nova Friburgo está precisando, nesse momento”, afirmou Leandro.
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