O Ministério Público Federal (MPF) em Jales, no interior de São Paulo, informou nesta segunda-feira (21) que pediu a abertura de inquérito policial para apurar o tombamento de dez vagões e o descarrilamento de oito no dia 12 de março em Meridiano, no interior do estado. A composição que se acidentou destruiu a antiga estação ferroviária da cidade, que está desativada. Ninguém se feriu. O trem seguia de Alto Araguaia (MT) para o Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

O procurador da República Thiago Lacerda Nobre requereu a abertura de inquérito policial à Polícia Federal para apurar o crime de “perigo de desastre ferroviário” e instaurou um procedimento preparatório cível para apurar a extensão dos danos causados à estação, seu eventual valor histórico e também para apurar como tem sido feita a manutenção e conservação da malha ferroviária na região.

O Ministério Público informou que cobrará explicações da empresa América Latina Logística (ALL), como informações sobre a manutenção do trecho (data da última manutenção, relatórios) e relação de peças substituídas nas últimas manutenções. A ALL foi procurada pelo G1 nesta segunda-feira, mas até as 16h não comentou o processo aberto pelo MPF. Na ocasião do acidente, a concessionária da linha férrea informou que abriu uma sindicância para apurar o acidente. A empresa investiga se houve falha mecânica ou se a estrutura dos trilhos foi determinante para a queda dos vagões.

O MPF também solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informações sobre a manutenção do trecho pela ALL, quando foi a última vez que a agência fiscalizou a malha e se há previsão de outra vistoria. “O MPF requisitou que a ANTT compareça ao local para fiscalizar, in loco, a malha ferroviária, verificando as condições de manutenção da mesma e, especialmente, se outros trechos oferecem potenciais riscos de novos acidentes”, diz o texto. A ANTT também foi procurada pelo G1 e até as 16h desta segunda-feira não respondeu à solicitação.