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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Manifestantes presos em ato contra Obama se dizem vítimas de 'armação'

Os manifestantes que foram presos na sexta-feira (18), acusados de lançarem um coquetel molotov contra o prédio do consulado americano, no Centro do Rio, durante um ato de protesto contra a política do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acreditam que foram “vítimas de uma armação, forjada para incriminá-los”. Eles não sabem, no entanto, de quem teria partido a possível provocação.


“Vamos provar a inocência dessas pessoas e exigir o arquivamento do processo”, disse Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ, partido que teve 10 militantes presos após o protesto contra Obama. A declaração de Cyro foi dada durante uma entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (22), no auditório da Sind-Justiça, no Centro, com a presença dos manifestantes que já estão em liberdade.

No total, 13 pessoas foram encaminhadas à delegacia, incluindo uma aposentada, de 69 anos, um advogado e um estudante menor de idade - que foi liberado no domingo (20). “Estávamos fazendo a manifestação de forma pacífica e ordeira. Algum elemento infiltrado lançou o coquetel. Aqui não tem marginal, tem trabalhadores e estudantes”, afirmou Cyro.

Grupo ficou em presídios de Bangu e Água Santa
“Não temos informação de quem estaria infiltrado ou que grupo teria montado isso”, disse Gualberto Tinoco, dirigente do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe), que foi um dos presos e, como os outros, teve a cabeça raspada.

Rafael Rossi, professor e também dirigente do Sepe, disse que eles foram presos com "status de preso político", mas tratados como presos comuns nos presídios de Bangu 8 e Água Santa.

Ele questionou a prisão em flagrante. “Não encontraram nenhum material que pudesse nos incriminar ou que justificasse a prisão em fragrante. Revistaram nossas mochilas e só encontraram faixas e bandeiras.”

O advogado Modesto da Silveira, que defendeu presos políticos durante a ditadura, declarou que “a prisão foi ilegal e arbitrária por não haver flagrante. “Até agora tudo indica que foi uma armação para incriminar o grupo.”

Os 12 manifestantes presos saíram do presídio na noite de segunda-feira (21), após a Justiça do Rio ter concedido um habeas corpus para o grupo pela manhã. As informações foram confirmadas pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap).

O grupo é acusado pela polícia de lesão corporal, dano ao patrimônio e tentativa de incêndio. Segundo os agentes, um coquetel molotov supostamente lançado por manifestantes contra o consulado dos Estados Unidos feriu um vigilante, que trabalhava no local. Os acusados afirmam inocência.

Os homens presos foram encaminhados ao presídio Ary Franco, em Água Santa, no subúrbio. Eles alegaram que foram obrigados a raspar a cabeça. No entanto, a Seap esclareceu que todos os custodiados passam pelo procedimento por questão de higiene. Já as mulheres, incluindo a idosa de 67 anos, foram levadas para a penitenciária em Bangu, na Zona Oeste.

Imagens
Na noite de 18 de março, a Polícia Civil informou que pediu as imagens do circuito interno de segurança do consulado americano, no Centro, para tentar identificar o suspeito de ter lançado o coquetel molotov.

A assessoria de imprensa do PSTU, partido organizador do protesto, informou, no sábado (19), que divulgou um comunicado no qual reafirma o caráter pacífico da manifestação e que nenhum militante do partido organizou ou participou do ataque.

A Polícia Militar foi acionada para reprimir a manifestação na sexta-feira. Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, a intervenção foi necessária porque os manifestantes jogaram o artefato incendiário no consulado. O vigilante ferido recebeu atendimento e prestou depoimento, mas não quis falar com a imprensa, ao deixar a delegacia.

Perícia no entorno do consulado
Agentes do Esquadrão Antibombas e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram uma perícia no entorno do consulado americano ainda na sexta (18). Segundo o coronel Lima Castro, os manifestantes estavam bastante “exaltados”. Policiais do Batalhão de Choque e do 13º BPM (Tiradentes) reagiram para "conter os ânimos dos manifestantes”, disse o coronel. Segundo a PM, a situação no consulado já está sob controle.
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