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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Estado não pode fazer 'acordo tácito' com crime organizado, diz Cardozo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou na tarde desta quinta-feira (25) em São Paulo que “o governo tem que parar de fazer de conta que o crime organizado não existe e enfrentá-lo”, em vez de “fazer acordos tácitos” com ele. Segundo o ministro, esta “é uma postura histórica” no Brasil que “infelizmente acontece de nossos governantes”.


“O Estado tem que reconhecer a presença do crime organizado e combatê-lo, não adianta fingir que ele não existe. Ele infelizmente existe, e nós temos que ter a coragem para enfrentar o crime organizado. Ele é um problema, ele é uma realidade, uma triste realidade e tem que ser combatida”, disse Cardozo. “Não adianta fecharmos os olhos quando nós temos um problema, fechamos os olhos e sonhamos que as coisas são como não são. Isso, obviamente não muda em nada a realidade”, acrescentou ele.

O pronunciamento ocorreu durante palestra de Cardozo no seminário “Segurança Pública: Uma visão de futuro”, que reúne autoridades nacionais na área até sexta-feira (26) na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Questionado, durante entrevista à imprensa, sobre se a expressão "pactos tácitos" que usou durante a palestra se referia a algum evento real, o ministro disse que não estava se referindo "a nenhum caso concreto".

“Eu falei que existem acordos tácitos, ou seja, eu finjo que ele não existe e ele continua lá. É uma situação que é generalizada e ocorreu em muitas situações da história brasileira. Em que a criminalidade organizada existe e você finge que ela não existe para você conviver com ela, como se fosse possível conviver com situações perigosas e tão potencialmente perigosas como essa”, disse o ministro.

“Não estou me referindo a nenhum caso concreto. Estou me referindo a uma postura histórica, que infelizmente às vezes acontece dos nossos governantes”, acrescentou Cardozo.

Durante a palestra, o ministro defendeu maior integração entre Executivo, Legislativo e Judiciário no combate ao crime e também entre as polícias Federal e estaduais. Ele diz que pretende criar um banco de dados nacional sobre segurança pública que pode ser atualizado em tempo real para indicar os locais onde os índices criminais estão aumentando e que necessitam maior investimento público. "Se não tivermos uma integração entre todos os entes federativos não teremos uma política pública eficaz voltada para a segurança pública", disse.
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