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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Acusado de matar irmãs em Cunha entra para lista de mais procurados

José Benedito chora. Tem sido assim desde a morte de duas filhas, ao mesmo tempo e de uma forma tão brutal. “Meu Deus do céu, por que foi acontecer isso? Que coração de pedra. Que coração duro!”, lamenta.


Josely tinha 16 anos e sonhava ter um salão de beleza. Juliana, de 15, queria ser modelo. As duas jovens viviam para a família. Ajudavam o pai que é catequista na igreja e adoravam a escola. Os boletins mostram que eram alunas aplicadas.

Elas nasceram na pequena Cunha, uma cidade de 20 mil habitantes que nunca viram tamanha violência.

As duas adolescentes desapareceram quando voltavam da escola, na semana passada. Cinco dias depois, os corpos foram encontrados na zona rural, perto de onde moravam. Elas morreram com vários tiros.

O principal suspeito do crime é Ananias de Souza, um rapaz de 27 anos, foragido do sistema penitenciário. Era para ter cumprido pena de roubo e formação de quadrilha em Tremembé, mas depois da saída temporária da Páscoa, em 2009, não voltou mais. Ele vivia com os pais, bem perto da casa das adolescentes.

“Ele conhecia muito bem as meninas, tinha um carinho especial por Juliana, que não era correspondido, e teria relatado para as pessoas o local exato onde os corpos estariam", revela Marcelo Cavalcante, delegado.

A polícia conta que Ananias ligou para uma vizinha, com quem tinha um envolvimento amoroso, dizendo ter visto os corpos, mas a mulher não contou isso para a polícia nem para a família, de quem era conhecida.

“Não disse por medo, medo do Ananias. Ficou com medo dele, de ele voltar e fazer alguma coisa para elas", garante Fábio de Araújo, advogado da mulher.

Desde o desaparecimento das adolescentes e mesmo agora depois que a polícia encontrou os corpos, é feita uma grande varredura pelas propriedades rurais atrás de pistas. Hoje, a perícia faz um mapeamento de toda área com localizador via satélite. São muitos caminhos de terra, montanhas, um terreno difícil de transitar.

A polícia quer mais provas. Seu Benedito quer justiça. Dona Iracema, a mãe, não quer aparecer, prefere o silêncio. Os dois e a filha mais velha têm medo do assassino que ainda está solto e foram embora de casa. “Eu diria para elas: ‘minhas filhas, estejam bem onde vocês estiverem’. Com certeza Deus está nos protegendo”, diz Benedito.
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