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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Corregedoria apura caso de tortura policial dentro de delegacia no Rio

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Coinpol) afirmou na tarde desta quinta-feira (31), na presença da chefe de polícia Martha Rocha, que investiga um caso de tortura que teria sido cometido por três policiais da 10ª DP (Botafogo), dentro da delegacia na Zona Sul do Rio. Segundo o corregedor geral da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano, um funcionário de um ferro-velho na Região dos Lagos contou que foi levado à 10ª DP por agentes da delegacia para tentar reconhecer dois suspeitos presos. A dupla, segundo a polícia, roubava carros na capital e vendia as peças para ferros-velhos em outras cidades do estado.


De acordo com a denúncia, o funcionário do ferro-velho, ao se negar a assinar o termo de reconhecimento dos suspeitos, foi torturado pelos agentes dentro de uma sala na delegacia. O homem teria relatado que foi obrigado a ficar nu, levou socos e teve as partes íntimas feridas por um alicate para que assinasse o documento - o que foi feito em seguida. O caso teria ocorrido no dia 24 de março e a denúncia foi feita à Corregedoria no dia seguinte.

O exame de corpo de delito comprova que a vítima sofreu lesão no órgão genital e em uma mão. Ainda segundo a polícia, o homem identificou um alicate encontrado na delegacia que teria sido utilizado para as agressões. A ferramenta foi encaminhada para perícia no Instituto Médico Legal (IML).

Policiais reconhecidos por foto
A vítima teria reconhecido, por foto, cinco dos seis policiais que estariam na sala no momento da tortura, mas afirma que três agentes fizeram as agressões. A polícia informou que um dos agentes não estava de plantão na delegacia no dia do crime e foi chamado para depor para verificar o seu possível envolvimento na tortura.

Os cinco policiais foram ouvidos na Coinpol. Se for comprovado o envolvimento deles no crime, eles serão indiciados por tortura e serão exonerados da instituição, de acordo com a polícia.

A chefe de Polícia afirmou que toda vez em que houver esse tipo de comportamento de policiais civis, ela recomendará que se trabalhe com eficiência.

'Não aplaudimos nem acobertamos'
"Nós não aplaudimos nem acobertamos. Claro que seria mais confortável conduzir sem dar visibilidade", disse ela, ressaltando ainda a importância da vítima ter comparecido à corregedoria, o que demonstra que a população tem confiança na Polícia Civil.

O corregedor geral afirma que o caso será concluído rapidamente.

" A resposta será dada à sociedade. Será submetida, em pouco tempo, ao MP para adoção de medidas cautelares que o estado entenda necessária. Para que policiais que desviam o seu autuar possam ter a resposta que o estado entenda necessária", afirmou o corregedor geral da Polícia Civil.
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