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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Joseph Lepore contradiz colega em depoimento sobre acidente da Gol

O piloto norte-americano Joseph Lepore, contradisse, na tarde desta quinta-feira (31), o depoimento do também piloto Jan Paul Paladino, durante videoconferência, em Nova York. Ele responde, pela primeira vez, a perguntas feitas pelo juiz federal Murilo Mendes, responsável pelo processo que apura o acidente envolvendo o jato Legacy e o Boeing da Gol, ocorrido em setembro de 2006, e que vitimou 154 pessoas.


Em suas declarações, Lepore disse que não chegou a discutir com Paladino o plano de voo, especificamente o ponto em que tratava da altitude de voo. Nesta quarta-feira (30), durante seu depoimento, Paladino declarou que debateu o plano de voo por cerca de 30 minutos antes de decolar com o jato Legacy, antes da colisão com o Boeing.

Paladino, que também estava em Nova York, prestou depoimento à Justiça brasileira durante sete horas, por meio de videoconferência. Ele negou que tivesse ocorrido falhas técnicas durante o acidente com o Boeing. O piloto entrou em contradição ao negar que tivesse dito que o transponder estava desligado no momento do acidente aéreo. A voz dele aparece na gravação da cabine de pilotagem, que está presente na caixa-preta do jato Legacy. Ele negou que tivesse ligado o equipamento apenas após o acidente e que já tivesse pilotado um jato Legacy.

Ferramenta inédita
O depoimento dos pilotos do Legacy está sendo feito na sede do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça. O departamento foi o órgão do governo brasileiro responsável por fazer a negociação entre a Justiça brasileira e a Justiça norte-americana para que a videoconferência fosse realizada. É a primeira vez que o governo brasileiro realiza uma cooperação jurídica internacional tendo como finalidade a tomada de um depoimento por videoconferência.

Processo
Paladino e Joseph Lepore eram pilotos do jato Legacy, que colidiu com o avião da Gol. Eles são acusados pelo crime de atentado à segurança do tráfego aéreo brasileiro, que tem pena prevista de 1 a 5 anos de prisão. O crime prescreve em junho deste ano, mas o juiz Murilo Mendes disse, nesta terça-feira (29), que pretende sentenciar o caso ainda em abril.

"A sensação de impunidade vai acabar. Todos os erros cometidos por ele tornaram o acidente possível. Fatalidade é um raio atingir um avião, o que não é o caso", disse Angelita Rosicler de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do voo 1907.

Andamento do processo
Em janeiro, a Justiça Federal em Brasília ouviu depoimentos de três testemunhas, entre elas o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na época do acidente.

Nesta terça-feira (29), o juiz federal ouviu o depoimento dos controladores de voo Jomarcelo Fernandes dos Santos e Lucivaldo Tibúrcio de Alencar, em audiência realizada no auditório do Tribunal Regional Federal (TRF). “Este é o último ato antes da sentença e isso não vai passar o mês de abril."

Santos e Alencar trabalhavam na torre de controle de voo do Cindacta de Brasília, quando ocorreu o acidente aéreo. No processo, os dois respondem pelos crimes de omissão e negligência.
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