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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Pesquisa mostra que condições de vida dos catadores apoiados pelo BNDES melhorou

Embora a renda mensal tenha se reduzido por causa da crise externa que baixou o preço das sucatas, as condições gerais dos catadores de materiais recicláveis no Brasil melhoraram não só em termos do ambiente de trabalho, como na própria relação com a família.


Pesquisa divulgada hoje (31) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) revela que a renda bruta média mensal dos catadores caiu de R$ 478,00 para R$ 474,00. Mas, em contrapartida, o nível de consumo de bebida alcóolica diminuiu de 67% para 36% e a participação nas cooperativas subiu 92%. A pesquisa foi realizada em fevereiro pela Área de Inclusão Social do BNDES, englobando 59% dos 2.032 catadores das cooperativas apoiadas pela banco.

O diretor de Inclusão Social do BNDES, Élvio Gaspar, afirmou à Agência Brasil que o objetivo da pesquisa é saber se a ação da instituição na atividade econômica dos catadores, “que é das mais pobres e mais simples da sociedade”, tem dado resultados positivos na vida deles.

Gaspar disse que ao apoiar os catadores, o BNDES “mata dois coelhos” de uma só vez. “Primeiro, a gente introduz essas pessoas que estão marginalizadas no mercado de trabalho legalmente reconhecido e funcionando por meio de cooperativas. E, ao mesmo tempo, dá apoio às prefeituras, para que elas possam diminuir o seu lixo, re-aproveitando ao máximo possível, e aumentando a vida útil dos aterros sanitários”, disse.

Para o diretor do BNDES, o componente humano, entretanto, foi o que despertou maior interesse do banco na sondagem realizada. “A gente descobriu que aconteceu muita coisa boa”, afirmou. O material coletado aumentou 20,6% e o material processado subiu 25,5%. Houve melhoria de 84% na gestão das cooperativas e a participação dos cooperados aumentou 92%.

A pesquisa mostrou que melhorou também o relacionamento familiar dos catadores (82%), a alimentação dos cooperados e de sua família teve expansão de 78,85% e o conforto das moradias melhorou 69,3%. “Foi muito estimulante para a gente saber que as pessoas melhoraram de vida”, disse Gaspar. “Acho que o esforço nosso de integrá-los à sociedade está sendo bem sucedido”.

Desde 2007, o BNDES aprovou 42 operações de financiamento aos catadores de materiais recicláveis, por meio de cooperativas. Élvio Gaspar estimou que entre R$ 13 milhões a R$ 14 milhões já foram liberados para o setor até agora.

O apoio previsto pelo BNDES para os anos de 2007 e 2008 alcançou R$ 38,5 milhões, beneficiando um total de 3,2 mil catadores. Em 2009, os desembolsos devem crescer. Segundo o diretor, o BNDES dispõe de até R$ 80 milhões parafinanciar a atividade econômica dos catadores, no curto prazo.

Os projetos já aprovados abrangem 47 municípios de oito estados, e a idéia é ampliar ainda mais esses números. “Nós pretendemos fazer com que os municípios, que são os responsáveis pela questão dos resíduos sólidos, assumam cada vez mais esse papel. Nós queremos que os municípios entrem mais firmemente, liderando esse processo”.

Segundo Gaspar, o BNDES não vai deixar de financiar as cooperativas isoladamente, mas pretende aumentar o investimento por meio das prefeituras. “Nós vamos cada vez mais apoiar as cooperativas por meio de planos municipais”, disse. Ele revelou que a cidade paulista de Diadema é uma das que deverão entrar com um pedido de apoio no banco para os catadores de materiais recicláveis. Os municípios da Região Oeste de São Paulo já estão fazendo estudos com o mesmo propósito, informou.
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