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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Casal passa a noite na fila mas sai do Feirão sem comprar imóvel

O motoboy Eder Moreira de Freitas, 25 anos, e sua esposa Sueli Pereira Nascimento, 27, passaram a noite na fila do Feirão da Casa Própria, que começou às 10h desta sexta-feira (13). Juntos há mais de dez anos e casados há três, eles estavam ansiosos para ir ao evento pela primeira vez e comprar um apartamento só para eles, sonho adiado há nove anos. Desde que ela engravidou do primeiro filho, César, eles moram em um cômodo no quintal da mãe de Sueli.


“Ter a nossa casa é sonho antigo. Desde que fui morar com ele pensamos em ter casa própria”, diz. Depois que nasceu Rebeca, hoje com dois anos, a necessidade ficou maior. “Tem que ter pelo menos três quartos”, conta Éder, que planeja um terceiro filho. “Vai dar certo sim, se Deus quiser sairemos daqui com o negócio fechado”, disse antes da abertura dos portões.

Para não perder nenhuma oportunidade, eles chegaram de moto no Centro de Exposições Imigrantes, onde acontece o feirão, à 0h10 desta sexta. O lugar ainda estava deserto, mas tiveram mais um casal para lhes fazer companhia minutos depois: a irmã de Sueli, Letícia, 18, e o namorado Douglas Fernandes, 21, que saíram da casa da mãe dela há quatro meses e querem sair do aluguel. A chegada para eles foi mais difícil: eles foram de ônibus e enfrentaram alguns minutos de caminhada à noite.

Os dois casais buscavam, se possível, apartamentos próximos um do outro em Interlagos ou Sabará, bairros da zona sul de São Paulo, e financiar o valor total do imóvel. Para Douglas, o ideal seria que a parcela ficasse em até R$ 500, já que ele paga a mesma quantia mensal para o financiamento dos móveis da cozinha que comprou quando foi morar com Letícia. “Se fecharmos negócio hoje, acumulamos as duas parcelas do imóvel e dos móveis só até o fim do ano”, diz a jovem.

O esforço da família, no entanto, não foi recompensado. No fim da manhã, eles já deixavam o evento sem encontrar os desejados imóveis. “Achei as parcelas muito altas e eles pediam entrada”, contou Éder. Douglas e Letícia também foram embora de mãos vazias. “Vamos continuar tentando”, disse o motoboy.

Segundo na fila
O balconista Denilson Santos Rodrigues anos, foi o segundo da fila por opção: também chegou por volta da meia noite mas, ao ver que era o primeiro a chegar, resolveu ir para casa, em Campo Limpo, e voltar às 4h. Ele busca uma casa usada em parcelas de até R$ 700 para morar com a esposa e a filha de um ano. “Pago aluguel há 15 anos”, diz Denilson, que esperava conhecer as opções disponíveis durante o Feirão.

Diferente do que fez a professora Maurizia Seixas Cardoso, 44, que faltou ao trabalho e chegou às 5h à porta do Feirão para financiar um imóvel para o filho com os detalhes da compra bem planejados. Ela já visitou o empreendimento, na Barra Funda, e espera fechar negócio. “Eu decidi que é ele, custa R$ 90 mil, eu já tenho uma boa entrada e pretendo fechar negócio hoje”, diz.
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