Os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que pilotavam o jato Legacy que tocou uma asa do avião da Gol, em 2006, provocando a queda da aeronave no Norte de Mato Grosso e a morte de 154 pessoas, foram condenados, nesta segunda-feira, pelo juiz federal da Vara Única em Sinop, Murilo Mendes, a cumprir serviços comunitários nos Estados Unidos, em uma repartição brasileira ainda a ser definida. Cabe recurso.

Inicialmente a pena seria de quatro anos e quatro meses de detenção, em regime semi-aberto (em que o condenado tem que passar a noite na penitenciária), mas o juiz decidiu substituir a pena. Os dois também ficaram proibidos de exercerem a profissão durante os quatro anos e quatro meses. Atualmente, Paladino trabalha na companhia American Airlines e, Lepore, continua na empresa de táxi aéreo Excel Aire, proprietária do Legacy.

O Ministério Público Federal (MPF) queria que os pilotos fossem condenados em regime fechado, considerando em relatório da Aeronáutica, que eles desligaram o transponder (equipamento anticolisão) momentos antes do acidente e só religaram depois de perceber uma turbulência (que foi o momento do toque entre as aeronaves).

Murilo Mendes afirmou, na decisão, que houve negligência por parte dos pilotos em relação à falta de verificação do funcionamento do transponder e do TCAS (que informa ao piloto a existência de outras aeronaves nas proximidades). "Durante uma hora foram passageiros! Tempo aproximado de uma viagem de Porto Alegre a São Paulo. Tempo em que se percorre a extensão de um país. É muito” pontuou o magistrado na sentença.