Cerca de 1.300 engenheiros e arquitetos da CEF (Caixa Econômica Federal) em todo o país marcaram uma paralisação de 24 horas para esta terça-feira exigindo reajustes da categoria. Responsáveis pela análise de projetos e acompanhamento de obras do governo, a categoria pode atrasar a liberação de financiamentos. Na quarta-feira (8), deve ser realizada uma reunião em Brasília.

A Aneac (Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa) rejeitou no mês passado uma proposta de aumento para os profissionais por considerá-la inferior ao esperado. A CEF ofereceu aumento de R$ 70 para os profissionais que recebem o piso da categoria, de R$ 5.030, e de R$ 26 para os funcionários que estão no topo da carreira, com salário de R$ 8.289.

Os funcionários consideraram a medida desrespeitosa. "Estamos todos angustiados, criando uma expectativa sobre o acordo coletivo que foi fechado em outubro de 2008", afirmou Alexandre Kist Bacher, presidente da Aneac.

A Caixa é responsável pela quase totalidade do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", que pretende construir 1 milhão de moradias populares.

A Caixa tem hoje cerca de 1.300 engenheiros e arquitetos para acompanhar e fiscalizar obras --cada um responsável por R$ 60 milhões em projetos, em média.

"Até agora fizemos mobilizações de uma hora por dia. Mas [com a paralisação desta terça], é um dia a menos de análise de acompanhamento de obras", afirmou Bacher. "A gente quer dar uma advertência. Estamos num impasse. A Caixa convocou uma reunião técnica para discutir os aumentos, mas uma tentativa é de atrasar ainda mais a negociação."

A categoria ainda é formada por aproximadamente 1.100 advogados, dentistas, psicólogos e economistas.

A Aneac não descarta realizar novas paralisações. "Dependendo do resultado dessa reunião técnica, podemos entrar em greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente da associação. "Aí o projeto [habitacional do governo] para de vez."

Procurada, a CEF ainda não se pronunciou sobre o caso.