Pelo menos três grandes clínicas de estética do Rio mantêm câmaras de bronzeamento artificial em funcionamento, apesar de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, desde 2009, proíbe a atividade com fins estéticos. O risco de desenvolver câncer de pele pode aumentar até 75% entre os adultos jovens que fazem uso contínuo desses equipamentos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar da proibição, encontrar o serviço é simples. Por telefone, o EXTRA localizou as clínicas onde é possível tirar o "branquinho-escritório" por preços que variam de R$ 35 a R$ 80 por sessão. Com câmera escondida, conhecemos as salas onde Dicorp (Barra), Korpus Clinic (Recreio) e Socila (Tijuca) desrespeitam a determinação da Anvisa, colocando em risco a saúde das clientes.

Na primeira, exige-se atestado médico. Um pedido apenas formal, insinua a consultora, que sugere procurar médico conhecido. Com o papel em mãos, o caminho está livre para bronzear a pele em sessões de dez minutos — uma por semana.

Na Korpus Clinic e Socila, basta marcar horário e comparecer de biquíni ou sunga.

— Tenho um horário agora. Quer fazer? — pergunta a dona da clínica da Tijuca, que se identifica como Sonia, assegurando que o bronzeamento equivale "ao melhor sol, aquele de 7h às 10h".

No Recreio, a responsável pela Korpus Clinic é ainda mais enfática: suspende o vestido e mostra, orgulhosa, os resultados do "tratamento" na sua própria pele.

— Não fica vermelha, não arde e não mancha — diz.

Segundo o chefe do Serviço de Dermatologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Dolival Lobão, as consequências graves aparecem depois.

— Com a exposição constante, tanto os raios ultravioletas do sol quanto os das câmaras provocam câncer e envelhecimento — explicou.