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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Suspeita de injetar glicerina em vez de soro no CE diz que frasco foi trocado

A auxiliar de enfermagem de Missão Velha, no Ceará, suspeita de trocar glicose por soro no tratamento de uma idosa diz que as embalagens com os conteúdos foram trocados. “Errei porque teve outro erro, antes de mim”, diz a auxiliar. “Há 13 anos eu pego a embalagem (com soro) no mesmo local, e nesse dia tinha um conteúdo trocado”, afirma.


A auxiliar fala pela primeira vez desde o caso que culminou na morte de Maria Carmelita, 75 anos, no Hospital Geral de Missão Velha. Ela trabalha na área de saúde há 27 anos e há 18 anos no hospital de Missão Velha.

“O que aconteceu foi uma fatalidade. Nunca em 27 anos de profissão eu tinha cometido um pequeno erro”, defende. Seu afastamento foi pedido pelo prefeito da cidade, Washington Fechine, no mesmo dia do incidente.

Ela afirma também que não pode entrar em detalhes do caso. “Tudo o que aconteceu foi dito em depoimento. Não omiti e não acrescentei nada, e não posso dar mais detalhes.” A auxiliar de enfermagem prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (25). O laudo pericial que vai apontar a causa da morte de Carmelita deve sair em duas semanas.

De acordo com um funcionário do Hospital Geral de Missão Velha, que prefere não se identificar, a auxiliar é sobrecarregada. O gerente de fiscalização do Conselho de Enfermagem do Ceará Adaílson Vieira afirma que a unidade tem pouca gente para atender aos pacientes do município. O gerente diz não haver na unidade um enfermeiro 24 horas e alguns auxiliares dão plantão sem a supervisão de um enfermeiro. Vieira diz também que somente em alguns horários há auxiliar de enfermagem no Hospital Geral de Missão Velha.

Hostilidade
A servidora suspeita de fazer a troca diz que tem sofrido com mensagens hostis que ouve da população ou recebe pelo celular. “Estou sofrendo muito com isso. Meu trabalho na cidade é muito bem reconhecido, algumas pessoas não entendem que foi uma fatalidade”, desabafa a auxiliar. "Não tive maldade nenhuma, nunca tive, foi a primeira vez que entrei em uma delegacia", completa.

Ela também não descarta a possibilidade de voltar a trabalhar na área de saúde. “Estou me preparando psicologicamente para isso (voltar a ser auxiliar de enfermagem). Faço isso porque amo a profissão e tenho experiência”, diz. Segundo funcionários do hospital em que trabalha, a auxiliar é uma das profissionais mais experientes da unidade e constantemente servidores recorrem à ajuda dela.
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