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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Defensor do RJ pede novo DNA para saber se corpo é mesmo de Juan

A juíza em exercício da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Larissa Nunes Pinto Salles, deferiu, nesta sexta-feira (5) o pedido da Defensoria Pública para realizar um novo exame de DNA no corpo identificado como sendo do menino Juan Moraes, 11 anos.


A informação foi dada pela assessoria da Defensoria Pública na tarde desta sexta. A exumação foi pedida pelo defensor público Antônio Carlos de Oliveira e deve ser realizada na próxima semana.

A coleta do material será feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli e a Coordenação de DNA da Defensoria Pública acompanhará todo o processo.

Segundo o defensor, a primeira necrópsia feita no Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu é clara e objetiva em declarar que o corpo era de uma pessoa branca, do sexo feminino e de idade entre 12 a 14 anos.

Nessa ocasião, foi colhido material para exame de DNA, que não foi utilizado uma vez que o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal do Rio, onde foi submetido a nova necropsia e a nova coleta de material para DNA, que num exame identificou o corpo como sendo de Juan.

Depois da exumação, será colhido um terceiro material genético para exame de DNA, que será feito num laboratório em São Paulo, conveniado à Defensoria.

Mão feminina
Segundo o defensor, uma das fotos da primeira necropsia feita em Nova Iguaçu mostra uma das mãos com a pele íntegra e se pode perceber que as unhas estão com as cutículas tratadas.

Outro ponto que o defensor quer esclarecer é a contradição existente entre a declaração da pollícia, de que Juan foi atingido no pescoço por um tiro de fuzil, e o resultado das duas necrópsias, a feita em Nova Iguaçu e a feita no Rio, que mostram que a coluna cervical estava íntegral.

"Um tiro de fuzil numa criança de 11 anos arrancaria o pescoço fora", disse o defensor.

Ele não descarta a hipótese de Juan ter sido atingido por um tiro de pistola de algum traficante do local, porque, segundo disse, uma moradora do local já teve um filho assassinado por traficantes no mesmo beco onde Juan sumiu e seu corpo nunca foi encontrado.

Perícia
O defensor questiona ainda contradições entre a perícia do local e o depoimento de testemunhas. Segundo disse, os peritos informaram no inquérito que recolherem no local cinco cartuchos de munição, mas uma testemunha disse no inquérito que foi ela quen recolheu as cápsulas e entregou à polícia posteriormente.

Juan Moraes, de 11 anos, foi morto na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em junho. Oliveira, que defende um dos quatro policiais suspeitos de envolvimento na morte da crianças, pediu a exumação com base no laudo de uma perita legista que atestou que o corpo encontrado no Rio Botas era de uma menina e pretende fazer novos testes no corpo.

Quando o corpo de Juan foi identificado, a chefe de Polícia Civil Martha Rocha em entrevista afirmou que a perita havia errado o laudo e que exames de DNA provaram que os restos mortais eram de Juan. A perita foi afastada do caso.

Na noite de 20 de junho, Juan vinha da casa de um amigo com o irmão de 14 anos, quando foi atingido durante uma suposta operação da Polícia Militar na comunidade Danon. O irmão e outro jovem, de 19 anos, ficaram feridos. A reconstituição do caso foi feita no dia 8 de julho, dois dias após a chefe de Polícia Civil confirmar a morte do menino.

O delegado Ricardo Barbosa, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminse, afirmou que o menino foi baleado por policiais militares. Segundo ele, não houve confronto entre PMs e suspeitos.

Os quatro policiais do 20º BPM (Mesquita) cumprem prisão temporária em relação a dois homicídios duplamente qualificados (a morte do menino Juan e de um suposto traficante), duas tentativas de homicídio duplamente qualificado (do irmão de Juan, e de um jovem de 19 anos - ambos estão no Programa de Proteção à Testemunha) e ocultação de cadáver de Juan.

O irmão de Juan e o restante da família estão no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte (PPCAM).
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