Olhar Direto

Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Sala onde aluno atirou em professora no ABC será desativada, diz diretora

A sala de aula onde Davi Mota Nogueira, de 10 anos, atirou na professora na quinta (22) vai se transformar em um ambiente de reflexão. Segundo Márcia Gallo, diretora da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, a sala onde funcionava o 4º ano C será fechada.


“Vamos deixar a sala trancada por enquanto. Ela deve virar um ambiente especial com livros, gravuras e desenhos. Será um espaço para reflexão sobre a violência e pela paz”, afirmou na tarde desta segunda-feira (26), após prestar depoimento no 3º DP da cidade.

A diretora disse ainda que visitou os pais de Davi na tarde do sábado (24) e que eles estão muito abalados com o que aconteceu. “Fomos dar apoio à família”, afirmou a diretora.

Márcia também disse que assistiu às imagens das três câmeras de segurança da escola, mas ainda não conseguiu analisar detalhadamente nenhuma delas. “Mas, pelo que vi, não tem nada de significativo”, disse.

Caso
O garoto da 4ª série do ensino fundamental entrou com a arma particular do pai escondida dentro da mochila, pediu para ir ao banheiro, retornou e disparou contra a educadora Rosileide Queirós de Oliveira, de 38 anos, que dava aula numa classe com mais de 20 alunos. Logo depois, atirou contra a própria cabeça. A tragédia ocorreu durante a tarde da última quinta, mas até agora a motivação do crime ainda é um mistério.

A arma usada por Davi é do pai dele, o guarda-civil Milton Nogueira, de 42 anos. Ele poderá ser responsabilizado criminalmente por negligência por não ter conseguido impedir o filho de pegar o revólver calibre 38 que guardava em casa.

Depoimentos
A Polícia Civil em São Caetano do Sul, no ABC, retomou na tarde desta segunda os depoimentos para tentar esclarecer o caso do aluno. Foi ouvida, além da diretora, a orientadora educacional Zeni Giraldi.

Em entrevista na sexta-feira (23), a diretora e coordenadora pedagógica Meire Cunha disseram que Davi nunca apresentou problemas de relacionamento com a professora Rosileide e que jamais foi vítima de bulluying.

A polícia investiga se o aluno havia premeditado o crime. Professoras ouvidas na semana passada chegaram a dizer em depoimento que ouviram alunos comentarem que Davi tinha prometido matar Rosileide e se matar em seguida. Um desenho do aluno, no qual ele se retrata segurando duas armas ao lado de um professor, está sendo analisado por psicólogos.

As aulas foram suspensas na escola e deverão ser retomadas na quarta, quando devem retornar os alunos que viram Davi atirar na professora e se suicidar. A delegada quer ouvi-los com a ajuda de psicólogos.

Professora internada
Rosileide continuava internada em observação num quarto do Hospital das Clínicas em São Paulo. Ela não corre risco de morrer. Até esta tarde, ela sabia que quem atirou nela foi Davi, mas não tinha conhecimento do fato de ele ter se suicidado.

A delegada Lucy Fernandes, titular do 3º DP, ainda aguarda a autorização da unidade médica para saber se a professora Rosileide tem condições físicas e psicológicas de prestar um depoimento. O hospital não havia se pronunciado sobre o pedido da polícia até o início desta tarde.

Caso haja a permissão, a delegada Lucy pretende falar com a educadora dentro do hospital nesta quarta-feira (28) ou na quinta (29). Também existe a possibilidade de Rosileide deixar o hospital até essa data. Ela, que passou por cirurgia para retirada da bala que atingiu no quadril, se recupera consciente e já recebendo visitas de parentes.

Ajuda psicológica
A Prefeitura de São Caetano colocou à disposição de pais, alunos, professores e funcionários da escola onde ocorreu essa tragédia um serviço de atendimento psicológico. Quem se interessar pode procurar a Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente na Rua Goitacazes, 301, no Centro da cidade.

Em entrevista ao G1 no domingo pela manhã, o pai de Davi afirmou que “a gente nunca vai ter resposta” para explicar porque seu filho tentou matar a professora e se matou. Ao Fantástico, ele e a mulher, Elenice Mota, de 38 anos, disseram que não se sentem culpados pelo que aconteceu. Também afirmaram que querem pedir desculpas à professora baleada por seu filho.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet