Um jovem de 22 anos, suspeito de tentar assaltar uma mulher de 32 anos na tarde desta quinta-feira (13), foi detido por moradores e amarrado em um poste até a chegada da Polícia Militar. O rapaz permaneceu atado por quase meia hora, até ser levado à 5ª DP de Campo Grande.

O dono da corda usada para prender o suspeito é um comerciante de 59 anos. Ele atendeu aos pedidos de socorro da vítima, que foi jogada para fora do carro pelo ladrão enquanto saía com o veículo de casa.

"Ele entrou no carro, mas não conseguiu dar a ré. O irmão dela [vítima] tirou ele do carro, segurou contra o muro e eu amarrei", conta o comerciante ao G1.

Quase 50 pessoas se juntaram ao redor do jovem e alguns, segundo o comerciante, queriam linchá-lo.

Ele afirma que a corda usada na ocorrência é exclusiva para conter bandidos que atuam na região. Esta foi a terceira vez que ele amarra suspeitos de crimes praticados no local.

"A corda é própria para isso. Sempre carrego no meu carro. É a algema que tenho", diz o comerciante.

Segundo ele, outras ocorrências no bairro, que sofre intervenção da PM, mostram que a atitude que deve é necessária. Há três meses, um jovem invadiu vários estabelecimentos comerciais no local para roubar e foi a corda do comerciante que deteve o suspeito até a chegada dos policiais. "A gente tem que agir por conta própria", afirma.

Susto
A mulher de 32 anos, vítima do roubo, conta que estava saindo de casa com o veículo quando avistou o rapaz andando em direção a ela. Pensando que se tratava de um pedestre, permeneceu em cima da calçada, em frente à garagem, esperando ele passar.

"Só que aí ele veio em direção ao carro. Ele me tirou e me jogou no chão. A chave ficou na ignição. Me levantei, tentei abrir a porta e tirá-lo", contou ao G1. Na queda, ela afirma ter machucado um dos braços.

Enquanto lutava contra o ladrão, gritava por ajuda. Logo após o socorro dos moradores, a vítima afirma que reagir da forma que fez não foi a melhor atitude que poderia ter tomado.
"Não dá tempo. Até você ver se a pessoa está armada ou não. Essas pessoas não têm o que perder. Eu agi por impulso. Se ele tivesse armado, tinha feito alguma coisa.

Sem rumo

O suspeito de 22 anos usava as roupas de um hospital psiquiátrico de Campo Grande. Ele disse ao G1 que estava internado no local em função da dependência química, uma vez que é usuário de drogas. Depois de escapar pulando o portão, diz ter ficado perdido pela cidade. Ele afirma ser de Brasilândia, cidade a 399 quilômetros da cidade.

"Eu estava perdido na cidade e achei que [roubar o carro] estava fácil", afirma o suspeito, "Agora eu estou enrolado. Estava andando na rua e foi ao acaso [o roubo].

Policiais militares levaram o jovem para a delegacia, onde foi colocado em uma das celas provisórias.