Em 24 horas, choveu mais na região de Florianópolis, em Santa Catarina, do que a quantidade esperada para todo o mês de abril. Entre terça e quarta-feira, a chuva acumulada foi de 148,4 mm, enquanto a média mensal é de 145,9 mm.

A chuva forte que atingiu o litoral do Estado nos últimos dias já obrigou mais de 3.500 pessoas a deixar suas casas. A maior parte dos desalojados (moradores que foram para a casa de amigos ou parentes) --2.000 pessoas-- está em Governador Celso Ramos (53 km de Florianópolis).

Houve quedas de barreiras, deslizamentos e alagamentos. Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, 1.196 casas e edificações foram danificadas.

Ontem, a chuva já havia diminuído em Florianópolis. A previsão para hoje é que o tempo seco predomine no Estado.

Em Governador Celso Ramos, cidade de 12 mil habitantes, a prefeitura estima um prejuízo de R$ 8 milhões só com danos a ruas e rodovias. O orçamento anual do município é de R$ 14 milhões. Na cidade, também houve danos em postos de saúde e falta d'água. Bairros ficaram isolados. A cidade está recebendo doações para as pessoas afetadas pela enxurrada.

As prefeituras de Governador Celso Ramos e Penha decretaram situação de emergência devido às chuvas.

Em Balneário Camboriú (85 km de Florianópolis), o atendimento no Hospital Santa Inês, o principal a atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na região, voltou ontem ao normal. Anteontem, o muro de um imóvel vizinho desabou e prejudicou os trabalhos no local. Cirurgias foram canceladas e pacientes tiveram que ser deslocados para outras alas.

Nas chuvas de novembro, que mataram 135 pessoas no Estado, o hospital foi atingido por um deslizamento e teve que restringir o atendimento. Segundo a direção, uma obra de contenção deve ficar pronta em 30 dias e melhorar a situação da unidade.