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Sábado, 27 de julho de 2024

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Suspeitos de agiotagem lucravam até R$ 1 milhão por mês no RJ, diz polícia

O grupo preso na manhã desta quinta-feira (27) suspeito de agiotagem agia havia 5 anos e arrecadava por mês até R$ 1 milhão, informou o delegado Nilton Fabiano, da 19ª DP (Tijuca), que conduziu as investigações sobre a quadrilha. Eles cobravam de suas vitimas juros de 48%.


Até o início desta tarde, 12 pessoas foram presas na Operação Shylock, desencadeada para combater grupos de agiotagem que agem no Rio, Região Metropolitana e Baixada Fluminense. Entre os presos estão o chefe da quadrilha, seu braço direito, uma mulher responsável pela movimentação financeira da quadrilha, dois policiais militares, sendo que um deles fazia a segurança da chefia do grupo, além de funcionários e cobradores.

Eles responderão por formação de quadrilha, extorsão, lavagem de dinheiro e falsa identidade, segundo o delegado.

"Com o grupo foram apreendidos cofres, joias, R$ 13.500, celulares e muitos documentos com a contabilidade, além de quatro veículos, entre eles uma BMW do chefe do grupo", disse o delegado.

Os cofres só serão abertos por peritos da Polícia Civil. Segundo o delegado, será pedido à Justiça o confisco dos bens do grupo.

Ainda segundo o delegado, nos 5 anos em que atuou, o grupo abriu 15 escritórios.

'Marco no enfrentamento', diz Martha Rocha
A delegada Martha Rocha, chefe da Polícia Civil, diz que a investigação durou dez meses e que a operação é o "pontapé inicial" para o combate à agiotagem. Para ela, essa é uma das metas da chefia de Polícia Civil.

"Outras operações virão. A operação foi um marco do enfrentamento desta questão, que começa com o gesto singelo de distribuir um panfleto na rua", disse ela.

O delegado Fabiano explicou que o nome da operação, Shylock, foi inspirado no papel de Al Pacino, um agiota no filme "O Mercador de Veneza".

Ele contou ainda um caso que o impressionou: "Uma pessoa pediu emprestado R$ 300 e pagou R$ 96 por 2 anos sem conseguir se livrar da dívida. Quando tentava quitar, eles não permitiam, para que ela ficasse escrava dos juros", disse.

Fabiano explicou ainda que a cobrança começava de forma mais branda. "Mas se a pessoa não pagasse, passava para um segundo estágio com extorsões a ela e às pessoas que ela fornecia como referências. Os cobradores invadiam a casa da pessoa e tomavam tudo o que tinham em casa", explicou o delegado.

O grupo também é investigado por lavagem de dinheiro, já que o chefe da quadrilha tem lanchas, coberturas, salas, casas de praia e campo, e estava ampliando seus negócios em Natal, no Rio Grande do Norte.
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