O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) teve 14 licitações canceladas (33,3%), das 42 que estavam em andamento por meio na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), depois de denúncias de suposta corrupção em favor do Partido da República (PR), comandado pelo deputado federal Valdemar da Costa Neto. A informação consta do segundo balanço do PAC2, divulgado nesta terça-feira, em Brasília. Do montante, somente uma foi mantida e outras 27 (64,3%) foram suspensas temporariamente.

No episódio das denúncias do “Mensalão do PR” – como ficou conhecido o escândalo denunciado pela revista Veja - a presidente Dilma Rousseff cortou dos cargos o então ministro Alfredo Nascimento, o diretor do Dnit, Luis Pagot, o presidente da Valec, José Francisco das Neves (Juquinha) e mais 17 servidores comissionados.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que o cancelamento e suspensão das licitações foram necessários após as denúncias. “Nós tivemos a necessidade e entendemos conveniente suspender e revogar algumas licitações com o propósito de promover uma avaliação adequada dos projetos”, comentou durante a divulgação do balanço.

Passos informou que os estados atingidos com obras previstas em rodovias federais foram o Pará, Mato Grosso, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Rondônia. Porém, o ministro argumenta que os projetos poderão ser retomados após criteriosas análises. “As deficiências de projeto precisam ser corrigidas para que os eles sejam colocados em licitação de forma adequada, com a redução de imprevistos e surpresas”.

Apesar dos cortes das licitações, o Ministério dos Transportes aduz que tem 86% das obras com ritmo adequado e 1% concluído. O PAC2 prevê cerca de oito mil quilômetros de obras e recursos para a manutenção de outros 55 mil. No terceiro trimestre de 2011, 494 quilômetros de estrada foram concluídos pelo Brasil. Destacam-se duplicações na BR-262/MG e na BR-070/GO e adequações na BR-020/DF e BR-450/DF.