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Domingo, 28 de julho de 2024

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BA: estelionatário tenta aplicar golpe usando nome de universidades

Um estelionatário tem usado, em e-mails falsos, o nome do diretor do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Antônio Amorim, e do professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Carlos Duarte Rocha, para garantir vagas de prestação de serviço em falsos processos seletivos, em Salvador e quatro cidades do interior da Bahia. Tudo a uma "pequena taxa de cadastramento" de R$ 140.


A reportagem do jornal A Tarde teve acesso ao e-mail fraudulento que começou a circular no último dia 5, direcionado à comunidade da Uneb. Antônio Amorim foi avisado pelos destinatários da mensagem e mandou divulgar nota de alerta à imprensa e no site da instituição de ensino.

Na mensagem eletrônica, o estelionatário divulga 43 vagas para coordenadores, vice-coordenadores, supervisores de departamento, auxiliares de aplicação, de coordenação e de corredor para atuarem das 7h às 14h em vestibulares e concursos. Os valores oferecidos variavam de R$ 215 a R$ 780 por dia. A correspondência dizia ainda que os concursos e vestibulares ocorreriam na capital, em Alagoinhas, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus, "sempre aos finais de semana ou feriados", de janeiro a março.

Para conseguir a vaga, o estelionatário, passando-se pelo professor Antônio Amorim, orientava o interessado a enviar um e-mail ao professor Carlos Rocha informando que havia sido indicado à vaga pelo diretor da Uneb. Segundo o falso e-mail, Rocha seria um "amigo dirigente da Comissão de Coordenação de Vestibulares e Concursos de algumas universidades particulares, estaduais e federais no Brasil". O jornal afirma que o estelionatário diz que bastava enviar um e-mail a determinados endereços para receber a confirmação da reserva. Após, a pessoas devia depositar R$ 140 na conta informada para garantir a vaga, sem avaliação seletiva.

"Recebi mensagens de muitas pessoas pedindo informações adicionais e as alertei sobre o golpe", afirmou Carlos Rocha. O diretor da Uneb, Antônio Amorim, afirmou que fez o alerta para os mais de 800 alunos do departamento e disse que vai registrar queixa na polícia.

O titular da Delegacia de Repressão ao Estelionato e Outras Fraudes (Dreof), Charles Leão, disse que se trata de um "golpe clássico de estelionato revestido de tecnologia". "É um oferecimento de falso emprego, forma clássica, com a diferença de utilizar o meio eletrônico, que dificulta a investigação. É crime de falsa identidade, porque ele se passou por outra pessoa", disse. A pena para estelionato é de um a cinco anos de reclusão, e de falsa identidade, de três meses a um ano.

A reportagem do A Tarde testou o estelionatário e seguiu suas orientações. Bastou uma troca de dois e-mails para se "reservar" uma suposta vaga de coordenador de processo seletivo de uma instituição de ensino do País, de nome e origem desconhecidos. Utilizando o nome do professor Rocha, o golpista informou que o depósito deveria ser realizado na conta em nome de um homem ainda não localizado da Caixa Econômica Federal.

Segundo a instituição financeira, trata-se de uma conta-poupança e que foi aberta no final do ano passado. A CEF informou, ainda, que não houve a realização de movimentações financeiras anormais, o que a incluiria, automaticamente, no sistema de prevenção à lavagem de dinheiro do Banco Central.

A equipe de reportagem do A Tarde não conseguiu identificar quem é o homem que é titular da conta. Informações sobre titulares de conta só podem ser fornecidas por determinação judicial. Informados do nome do suspeito, o diretor da Uneb e o professor Carlos Rocha afirmaram que não o conhecem e que ignoram os endereços dos e-mails utilizados nas mensagens fraudulentas.
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