Familiares de desaparecidos no desabamento de três prédios no Centro do Rio foram, na manhã desta segunda-feira (30), ao Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense, da Polícia Civil, fazer exames de DNA que poderão ajudar na identificação de quatro corpos resgatados nos escombros que ainda não foram reconhecidos. Dos 17 corpos retirados dos escombros, 13 foram identificados (veja a lista).

A informação é a Secretaria municipal de Assistência Social, que continua mantendo um ponto de apoio a essas famílias na Câmara dos Vereadores, no Centro, próximo ao local da explosão. Os familiares seguem no local à espera de informações sobre os desaparecidos.

Na quinta-feira (26), duas famílias pediram à secretaria para serem abrigadas num hotel próximo ao local, onde ainda aguardam notícias.

Na Câmara dos Vereadores, há, segundo a secretaria, médicos, assistentes sociais e psicólogos para dar apoio às famílias.

Investigação e perícia
O delegado Alcides Alves Pereira, da 5ª DP (Mem de Sá), disse que ainda espera ouvir nesta segunda-feira mais testemunhas do desabamento, que já foram contatadas por telefone, mas virão espontaneamente, quando puderem, segundo explicou.

Ele disse que no sábado (28) e domingo (29) ouviu cerca de 15 pessoas.

"Dentro das circunstâncias, já andamos muito no inquérito, localizando todas essas pessoas. Os depoimentos são muito importantes e ainda teremos o laudo da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE)".

Segundo a assessoria da secretaria de Polícia Civil, os peritos do ICCE iniciaram a perícia com fotos do local e dos corpos à medida em que eram resgatados, mas ainda não puderam entrar no local do desabamento para dar início à perícia técnica da área e do que restou das estruturas porque a Defesa Civil mantém a área interditada.

Trânsito
O trânsito no Centro do Rio começou a voltar ao normal nesta manhã. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a Avenida Treze de Maio foi liberada aos pedestres após a instalação de tapumes que cercam os escombros que ainda são retirados.

Já a Avenida Almirante Barroso foi totalmente liberada ao tráfego de veículos às 5h20, segundo a prefeitura. A via estava interditada desde a noite de quarta, entre a Avenida Rio Branco e a Rua Senador Dantas, para facilitar o trabalho das equipes nas buscas e retirada de escombros na Avenida Treze de Maio.

A Rua Senador Dantas também voltou à mão de origem, da Evaristo da Veiga à Avenida Chile. Permanecem interditados, preventivamente, pela Defesa Civil o prédio de número 6 da Avenida Almirante Barroso e o anexo do Theatro Municipal.

Espaço para homenagens
Na noite de domingo (29),o comandante da Guarda Municipal, Henrique de Lima Castro, disse que vai criar um espaço na Avenida Treze de Maio, cercado com grades, em frente ao local dos desabamentos de três prédios, para quem quiser prestar homenagens às vítimas.

“Eu determinei que seja feito um espaço para as pessoas que queiram homenagear as vítimas do desabamento. Assim, elas não vão atrapalhar o fluxo de pedestres, que, amanhã deve ser muito grande, como é normalmente aqui no Centro da cidade”, explicou Lima Castro no domingo.

Identificados
Segundo a Polícia Civil, treze vítimas haviam sido identificadas até a tarde deste domingo:

Moisés de Araújo Costa, 57 anos, Elenice Maria Consani Quedas, de 64 anos, Alessandra Alves Lima, de 29 anos, Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, Margarida Vieira de Carvalho, de 65, Nilson de Assunção Ferreira, de 50 anos, Cornélio Ribeiro Lopes, de 73, Kelly da Costa Meneses, de 24 anos, Flavio Porrozzi Soares, de 34 anos, Amaro Tavares da Silva, de 40 anos, Gustavo da Costa Cunha, Luiz Leandro de Vasconcellos e Margarida de Carvalho (Segundo a polícia, não tem relação com a mulher do zelador do edifício Liberdade que também morreu no desabamento e tem o mesmo nome).