Uma sessão da Câmara de Vereadores em Barra de Santo Antônio, cidade de 14 mil habitantes em Alagoas, terminou em briga na tarde desta terça-feira (31).
O presidente da Casa, Marcos Rios (PRTB), afirma que o vereador Hélio Almeida (PSDB) queria que seu genro, que também é vereador, conduzisse os trabalhos da sessão. “Mas como ele é vice, isso só pode se eu estiver ausente, e eu estava presente”, disse Rios ao G1.
Hélio Almeida, 2º secretário da Casa, diz que o desentendimento já dura cinco meses porque o presidente da Câmara se recusa a se afastar do cargo. Segundo ele, uma comissão processante de investigação foi aberta para averiguar denúncias de desvios de cheques de altos valores por Rios.
Durante a votação do orçamento, na tarde desta terça, os sete vereadores que votaram a abertura da investigação decidiram começar a sessão sem o presidente, diz Almeida. Rios afirma que começou a filmar a sessão paralela presidida pelo genro do colega, afirmando que levaria a fita ao Judiciário.
“Ele [Almeida] falou: quem manda aqui sou eu, não é a Justiça não. Porque ele é delegado e quer que o genro comande a Câmara. Quando viu que eu estava filmando, aí ele partiu para a agressão. Não é a primeira vez que ele bate em vereador não”, afirma Rios.
Nas imagens feitas por Rios, Hélio Almeida tenta tirar a câmera das mãos do colega. “Os dois se agrediram mutuamente. Ele abaixou a filmadora e me deu um soco”, afirma Almeida. "Fui agredido na Câmara, na rua, perante a população e na delegacia, em frente ao escrivão. Fiz um termo circunstanciado por danos morais, injuria e lesão corporal e ameaça de morte”, disse Rios.
O presidente da Câmara afirmou também que o genro de seu 2º secretário atirou fezes contra ele. “Ele levou num pacote de margarina. É inadmissível. Para fazer baixaria mesmo."
Hélio nega as agressões. “Os dois se agrediram mutuamente, e eu, na minha ficha policial, não tenho coisíssima alguma. É uma Justiça omissa, em que ele consegue em 30 dias cinco liminares para se manter”, afirmou. Segundo Rios, em razão da confusão, a votação do orçamento continua paralisada. “A prefeita não consegue pagar os servidores há dois meses por causa disso”, diz.