Em todo ano de 2011, a Receita Federal apreendeu cerca de R$ 1,5 bilhão em mercadorias contrabandeadas ou irregulares em todos os pontos de desembarque internacional brasileiro - portos, aeroportos e fronteiras. O valor é recorde histórico, segundo o subsecretário de Aduana e Fiscalização da Receita Federal, Ernani Argolo Checcucci Filho. O valor em mercadorias confiscadas no ano passado é 16% maior que o registrado em 2010, quando a Receita apreendeu R$ 1,274 bilhão.

Entre os produtos apreendidos, estão produtos falsificados, tóxicos, medicamentos, armas e munições, além das 46 toneladas de lixo hospitalar que chegou ao Porto de Suape (PE) e das 60 toneladas de lixo orgânico que aportaram em Itajaí (SC). Na última semana, o lixo hospitalar foi devolvido aos Estados Unidos. Destaca-se o aumento de 880% na apreensão de bebidas não-alcoólicas, confiscadas por estarem fora da validade ou serem falsificados.

Os produtos de marca, mais falsificados, também merecem destaque, como bolsas e acessórios (incremento de 118% nas apreensões em 2011), canetas e lápis (317%), tênis (122%) e relógios (135%). Houve queda na quantidade de produtos eletrônicos retidos pela Receita. No ano passado, R$ 103,3 milhões em equipamentos foram apreendidos, contra R$ 115,5 milhões em 2010.

Só em 2011, foram confiscados 165 milhões de maços de cigarro, o equivalente a 3,3 bilhões de unidades do tabaco. A Receita estima que R$ 165 bilhões em impostos deixariam de ser recolhidos caso esses cigarros chegassem ao mercado brasileiro.

Apreensão de carros
Segundo o subsecretário, houve um aumento de 13,7% no número de veículos apreendidos em 2011, o que se explica pela mudança do perfil do contrabandista. "Até 2005 o contrabandista usava comboios de ônibus. Isso foi reduzido drasticamente e, por isso, houve um crescimento da apreensão de outros tipos de veículos, de passeio ou caminhões, que se prestam a trazer mercadorias ilegais", afirmou.