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Domingo, 28 de julho de 2024

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Suplicy aponta abuso sexual na desocupação do Pinheirinho

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou nesta sexta-feira (3), em discurso no plenário, que houve abuso sexual por parte de policiais militares na ação de desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. O senador disse ter obtido as informações acompanhando o depoimento das vítimas ao Ministério Público do Estado de São Paulo nesta quarta (1º).


Procurado pelo G1, o Ministério Público de São Paulo não confirmou até as 16h o depoimento ao qual se refere o senador Eduardo Suplicy. A Polícia Militar também foi procurada pelo G1, mas não respondeu aos questionamentos sobre a ação dos policiais na área.

A operação da Polícia Militar em cumprimento da ordem de reintegração de posse foi iniciada em 22 de janeiro e finalizada em 25 de janeiro, quando todas as edificações construídas no local tinham sido demolidas. A operação terminou com 32 detidos.

No depoimento, segundo o senador, as vítimas disseram que na noite de 22 de janeiro, no início da desocupação, vários policiais militares entraram em uma casa na região do Pinheirinho de modo “abrupto e violento” rendendo agressivamente um jovem de 17 anos e sua mulher, de 26 anos. Segundo o depoimento, havia seis pessoas na casa.

De acordo com termo de declarações ao Ministério Público cuja cópia o senador forneceu ao G1, os policiais renderam a mulher de 26 anos, a isolaram dos demais moradores da casa e a submeteram durante quatro horas a abuso sexual.

No documento, a vítima relata ainda que “durante o ataque foi retirada da casa e, segundo ela própria, mais uma vez seviciada no interior de uma viatura cinza, que identificou como sendo do grupamento Rota”.

O adolescente de 17 anos, de acordo com o depoimento, “foi agredido fisicamente e psicologicamente” e ameaçado pelos policiais de “empalação com um cabo de vassoura untado de creme e pomada”.

As vítimas mencionaram, segundo o documento, que “no decorrer dos fatos puderam identificar cerca de uma dúzia de policiais todos ostensivamente identificados como componentes do grupamento Rota”.

Os policiais, de acordo com o depoimento, “comeram a comida da casa, danificaram diversos objetos que guarneciam o imóvel, além de terem levado pertences e dinheiro que nada teriam a ver com qualquer atividade ilícita”.

Suplicy disse que pediu aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, proteção às vítimas.

Ele disse que se encontrará na tarde desta sexta (3) com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pedirá que sejam tomadas providências para afastar e punir os agressores.

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