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Domingo, 28 de julho de 2024

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'Não estamos aproveitando a viagem', diz turista gaúcho em Salvador

greve de policiais militares da Bahia, que chega a seu oitavo dia, já afeta o turismo de Salvador em pleno verão e às vésperas do carnaval. Em uma visita ao Pelourinho, no centro histórico da capital, nesta terça-feira (7), o G1 constatou que, apesar de uma aparente tranquilidade, com soldados do Exército e policiais a postos, o clima de medo ainda persiste em boa parte das pessoas que trabalham e frequentam a área turística.


“Estamos em um navio há praticamente uma semana, só escutando notícia de que a situação aqui não está nada fácil, que invadiram a Assembleia, que o exército está aqui, então a gente não sabe, a gente tem medo”, disse ao G1 o turista gaúcho Arli Severgnini, que visitava o Pelourinho. Segundo ele, metade dos passageiros do navio em que viaja não saiu da embarcação. “Não estamos aproveitando a viagem nem um pouco. O próprio comandante do navio falou para a gente ter cuidado. A gente não desceu com máquina fotográfica, com nada, por causa do medo”, revela.

Para Ana Cristina de Brito, turista do Acre que visitava o Pelourinho, disse que estava tentando ignorar o clima de insegurança: “Se você ficar ligado demais na notícia, vai fazer o quê? Você gasta o dinheiro, se planeja para vir nas férias, aí chega aqui e se sente frustrado, por causa de shows cancelados, risco até de que se transfira o carnaval depois de ter comprado bloco para seis noites. É complicado pensar que seu investimento pode estar todo perdido”, lamenta. Em entrevista à TV Bahia, o governador Jaques Wagner disse acreditar que a greve vai acabar em breve e confirmou a realização dos festejos carnavalescos dentro do programado.

A turista do Acre disse que tenta aproveitar a cidade tomando certas precauções. “Estamos tentando ficar nos lugares seguros: se o próprio baiano nos adverte, 'não vá ali', nós não vamos. Mas ninguém está seguro em parte alguma”, afirma. Para a turista, o maior prejudicado com todo o problema é o próprio estado da Bahia: “Fica uma imagem péssima, com a qual a Bahia podia passar muito bem sem”, disse.

Queda nas vendas
Balconista de uma lanchonete no Pelourinho, Sandra Rocha conta que o movimento no estabelecimento caiu cerca de 50%: “A lanchonete está abrindo às 8h, quando normal é 7h, pois não há clientes para servir”, conta. Além da insegurança, Sandra sofre com o cansaço, pois saiu do trabalho às 20h40 e só conseguiu chegar em casa depois da meia-noite. “Não passava nenhum ônibus”, explica.

O comerciante Ney Duarte também menciona sensação de insegurança que paira sobre a região. “Estamos fechando a loja às 18h, quando o normal seria fechar entre 20h e 21h. Sem exageros, houve uma queda de pelo menos 40% nas vendas, e não só aqui mas em todo o entorno do Pelourinho”, afirma.
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