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Domingo, 28 de julho de 2024

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Síndico admite reparos em prédio que desabou no ABC

O síndico do Edifício Senador – que perdeu parte de sua estrutura em um desabamento nesta segunda (6), em São Bernardo do Campo, ABC – afirmou nesta quarta-feira (8) que o prédio passou por reparos de impermeabilização há cerca de um ano. A obra, segundo Lauro Salera, de 69 anos, fez parte de um cronograma de manutenção periódica e os resultados foram considerados satisfatórios tanto para ele quanto para os demais condôminos.


Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas após o desabamento. Um vídeo feito pelo G1 mostra os estragos causados no subsolo do edifício.

Dois dias atrás, após o acidente, Lauro Salera havia negado que o prédio tivesse passado por reformas. “Havia só um trabalho de pintura. O prédio é bem conservado, tem estrutura boa”, disse ele, na ocasião.

Nesta quarta, contudo, ele admitiu o processo de impermeabilização, confirmando a declaração desta terça do delegado Victor Vasconcellos Lutti, do 1º Distrito Policial de São Bernardo do Campo. Segundo o policial, "foi feito um reparo [na laje] e esse reparo pareceu não ser conveniente, no sentido de não ter sido feito da forma como deveria ter sido". "O profissional não usou a técnica correta", disse. Ainda segundo Lutti, o reparo ocorreu no 14º andar, a cerca de dois metros de distância onde ocorreu a queda do bloco da laje.
O síndico, que mantém um escritório de advocacia no prédio, não disse se o prédio sofria ou já sofreu com problemas de infiltração. Para ele, o objetivo da impermeabilização foi uma manutenção periódica. “O prédio passou por reparos de impermeabilização no décimo quarto andar, uma manutenção periódica, [que acontece] de tempos em tempos."

Questionado sobre a qualidade do reparo, ele refutou a hipótese de que o trabalho foi mal conduzido pelos técnicos. “Não, ficou bem feita [a impermeabilização]."

Segundo o síndico, não havia reclamações de condôminos quanto a rachaduras ou mesmo paredes com infiltração. “Eu não faço a menor ideia do que pode ter acontecido. O prédio parecia em excelente estado."

Condôminos
Dois dias após o desabamento, funcionários e donos de empresas instaladas nos 14 andares do prédio se organizaram para a retirada de pertences deixados no interior do imóvel. Os próprios condôminos fizeram uma lista para a entrada individual sob supervisão do Corpo dos Bombeiros. A retirada dos pertences começou às 8h e deve prosseguir ao longo de todo o dia.

O perito Otávio Capasso chegou ao edifício por volta das 12h desta quarta. Ele foi direto para o último andar do prédio para dar andamento à análise pericial da ultima laje, que passou por reparos por conta de uma infiltração. O laudo da perícia deve sair em no máximo 30 dias.

'Não durmo direito'
Outro que chegou cedo para tentar levar móveis e equipamentos do trabalho foi Lucicleude Oliveira de Souza, gerente da lanchonete Nova Rainha, que funcionava no térreo do prédio. Ele trabalhava no momento do desabamento e disse que, desde então, não conseguiu dormir direito. "Fecho os olhos e revejo a cena. Estava no caixa quando escutei um barulho e vi tudo caindo. Foi a coisa mais assustadora de minha vida", relembrou.

Um dos sócios da lanchonete Nova Rainha, Jorge Deidomi, obteve liberação dos bombeiros para passar o dia retirando, com os funcionários, as cadeiras e equipamentos de cozinha do estabelecimento. No meio do trabalho pesado, ele fazia as contas do prejuízo e especulava sobre o futuro.

"Nossa lanchonete não sofreu muitas avarias. Perdemos o carrinho em que colocávamos os bufê do almoço, mas o balcão permaneceu intacto. O problema é se decidirem derrubar o prédio. Ai vou perder tudo o que tenho", disse o empresário, que arrendou o espaço no térreo do edifício e montou a lanchonete há um ano e meio.

Escombros
Segundo os bombeiros, o trabalho de retirada das lajes do prédio que desabaram nesta segunda deve terminar na tarde desta quarta-feira.

A Polícia Civil em São Bernardo do Campo agora quer saber quem são as pessoas que pediram, autorizaram e executaram a reforma no teto do 14º andar do prédio comercial.
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