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Domingo, 28 de julho de 2024

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Em MS, órgão ambiental aponta falhas em curtume após acidente

Parecer técnico do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) aponta falhas na prevenção de acidentes e sistema de trabalho no curtume de propriedade do Grupo Marfrig , em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande.

Parecer técnico do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) aponta falhas na prevenção de acidentes e sistema de trabalho no curtume de propriedade do Grupo Marfrig, em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande.


Entre os problemas, a falta de Plano de Ação de Emergência (PAE), necessário para evacuação de funcionários da área, e a falta de equipe capacitada para atendimento a emergência envolvendo produtos químicos perigosos.

A assessoria de imprensa do Grupo Marfrig informou que a empresa cumpre as normas de segurança do trabalho previstas por lei e que possui todos os equipamentos de segurança exigidos para o exercício do trabalho no curtume. Ainda segundo a assessoria, a empresa vai aguardar a conclusão da Polícia Civil sobre o acidente para se manisfestar sobre o caso.

A análise foi feita no dia 1º de fevereiro, um dia após o acidente em que quatro funcionários morreram e outros 28 foram intoxicados após reação entre produtos químicos que formou uma "nuvem" de ácido sulfídrico.

O acidente aconteceu durante o descarregamento de um agente redutor, transportado em um caminhão, em um dos tanques do curtume. Dos 28 intoxicados, dois permanecem internados em um hospital de Presidente Prudente (SP).

Nesta sexta-feira (10), o gerente de controle e fiscalização do Imasul, Luiz Mário Ferreira, disse ao G1 que o levantamento durou dois dias, feito por ele e outro técnico do instituto. O parecer foi elaborado para apurar os crimes ambientais que podem ter ocorrido por conta do acidente.

Na conclusão do relatório, Ferreira listou outras irregularidades encontradas no curtume. Uma delas é a identificação incorreta de tanques de armazenamento de produtos, já que todos são da mesma cor e com rótulos pequenos, dispostos um ao lado do outro.

" As normas da ABNT [ Associação Brasileira de Normas Técnicas] determinam que, em locais onde há manipulação de produtos químicos, o armazenamento de susbstâncias que reagem entre sim devem ser feitas em reservatórios de cores diferenciadas para evitar acidentes", explicou.

Ferreira informou ainda que no local não havia máscaras de proteção contra gases eficazes contra a intoxicação por ácido sulfídrico. As máscaras à disposição na empresa tinham filtro apenas contra amônia.

O parecer também conclui que a empresa não tem equipe preparada para o atendimento de emergência química envolvendo produto perigoso. Além disso, a empresa não comunicou a ocorrência do acidente ao órgão ambientalestadual responsável.

A empresa fornecedora do produto descarregado no Marfrig entregou documentos em que consta que o material no caminhão, descarregado no tanque, era um agente alcalino redutor, usado para retirada do pelo do couro bovino. A suspeita, com base base o rótulo contido no tanque, é que o material pode ter reagido com um ácido usado na fase do curtimento, resultando na nuvem de ácido sulfídrico. O Imasul ainda averigua se foram esses componentes que determinaram a intoxicação.

Descontaminação
O gerente de controle de fiscalização disse que reuniu-se com responsável pelo curtume do Grupo Marfrig e pediu que fosse elaborado um plano de descontaminação do local e de descarta do resíduo tóxico. Segundo Ferreira, uma empresa foi contratada para esse trabalho e, segundo ele, o Marfrig havia se prontificado a entregar esse relatório nesta sexta-feira.

Quando o material for entregue, Ferreira voltará a Bataguassu para verificar se os procedimentos foram cumpridos e, somente após esta análise, será definido o retorno das atividades do curtume, paralisadas desde o dia do acidente.

Investigação
O delegado da Polícia Civil em Bataguassu, Pedro Arlei Caravina, disse que o parecer do Imasul será anexado ao inquérito, assim como o laudo que está sendo elaborado pela perícia técnica da polícia. Caravina disse que ainda está em fase de interrogatório.
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