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Domingo, 28 de julho de 2024

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Estudantes que foram reféns junto com Eloá relembram dia do crime

Dois amigos de Eloá Pimentel, a adolescente morta após ser mantida mais de 100 horas refém pelo ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes, em 2008, também foram rendidos pelo jovem que será julgado a partir desta segunda-feira (13). Eles foram liberados por Lindemberg ainda no primeiro dia de sequestro, mas carregam até hoje as marcas da tragédia.


Os dois jovens e Nayara Rodrigues, amiga de Eloá, foram até o apartamento da adolescente no dia 13 de outubro de 2008 para fazer um trabalho de escola. No início da tarde, foram surpreendidos por Lindemberg.

“A gente ouviu a porta fechando bem forte, um barulho forte. Até pensamos que era o irmão dela. Mas aí, quando a gente foi ver ele já estava passando com o revólver na mão no corredor, eu e o Iago já estávamos no quarto, aí ele trouxe as meninas, e ficou todo mundo lá preso”, contou Victor de Campos, um dos adolescentes,

“Ele tinha colocado as meninas dentro do quarto, trancou a casa inteira, e perguntou para o Iago: ‘o que você está fazendo aqui?’. Eu não me recordo o que o Iago disse. Aí ele perguntou para mim tbm: ‘e você, o quê?’. Eu falei: ‘ah, sou amigo deles’. Aí ele falou: ‘amigo? Você não é amigo, não’, e me deu uma coronhada na cabeça com o revólver”, relatou o jovem.

Victor foi o primeiro a ser liberado por Lindemberg. Agora, ele acompanhará o julgamento. “Com toda sinceridade do mundo, eu espero que ele pegue uma pena bem alta, porque não tem cabimento um ser humano fazer o que ele fez.”

O jovem precisou de acompanhamento psicológico depois do episódio. Iago Vilela, que também foi libertado por Lindemberg, conversou com a reportagem do Bom Dia São Paulo, e disse que ainda fica abalado quando lembra do caso.

“Terrível, uma coisa que não desejo nem para o meu pior inimigo. Particularmente eu não gosto de ficar falando não, são más recordações”, afirmou.

O caso
Lindemberg, que na época tinha 22 anos, invadiu o apartamento em que morava a ex-namorada Eloá, então com 15 anos, em um conjunto habitacional na periferia de Santo André, no dia 13 de outubro de 2008. Além dela, Nayara e dois amigos das garotas que faziam trabalhos escolares foram mantidos reféns.

Após várias horas de negociações com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, Lindemberg concordou em libertar os garotos e Nayara. Mas ele não cedeu em deixar Eloá sair.

O sequestro terminou no dia 17 de outubro. Nayara voltou ao apartamento, após ser chamada para ajudar na negociação, sendo mantida novamente refém. Quando a polícia invadiu o local, tanto a garota quanto Eloá foram alvo de disparos. Eloá foi atingida duas vezes.

Por decisão da Justiça, Lindemberg foi preso preventivamente desde o término do sequestro das vítimas. Ele segue detido na Penitenciária de Tremembé, no interior do estado. O jovem será interrogado durante o júri e, caso queira, poderá ficar em silêncio. A linha de defesa do réu no julgamento poderá ser a de que a invasão da PM ao apartamento provocou a morte de Eloá. A advogada não foi localizada. Na sexta (10), ela estava com Lindemberg na prisão.
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