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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Clientes de mercados reutilizam sacolinha e levam itens na mão em SP

A dinâmica das compras nos supermercados de São Paulo mudou a partir desta quarta-feira (4), primeiro dia sem distribuição de sacolas plásticas no estado. Enquanto muitas pessoas já se adaptaram à medida, carregando carrinhos de compras, sacolas retornáveis ou até mesmo utilizando caixas de papelão, outras passaram a reutilizar as sacolinhas antes distribuídas, ou optaram por levar os itens na mão para não ter que comprar uma embalagem para o transporte.


A recepcionista Meire Souza foi uma das que resolveu usar sacolinhas distribuídas antes da restrição para fazer suas compras. “Peguei tem pouco tempo, quando ainda distribuíam. Guardei em casa e hoje trouxe para as compras. Sabia que não ia ter aqui”, contou. “Tenho as reutilizáveis em casa, mas é difícil lembrar de trazer. Às vezes quero fazer compras antes de entrar no trabalho e me esqueço.”

O auxiliar de limpeza Diogo Rodrigues Souza foi além – saiu do supermercado Carrefour que fica na Avenida Santo Amaro, próximo à Avenida Roberto Marinho, com um saco com pães e um bolo nas mãos, sem sacola. “Como é pouca coisa dá para levar na mão, não valia a pena comprar a retornável. Sabia que não ia ter sacolinha, mas se eu tivesse comprado mais coisas seria complicado, ia gastar mais”, afirmou.

Também foi possível ver nos mercados nesta manhã muitas pessoas com sacolas de outros estabelecimentos, como loja de roupas, carrinhos como os utilizados em feiras, as já conhecidas sacolas reutilizáveis, feitas de pano ou ráfia, e pessoas carregando pequenos itens dentro de suas próprias bolsas ou mochilas.

A dona de casa Sônia Maria Lúcia foi às compras com sua sacola reutilizável, mas criticou o fim da distribuição das embalagens. “Hoje vim preparada porque saí para ir ao mercado. Mas às vezes estou fazendo outra coisa e quero dar uma passadinha, e não tem sacola. Aí você tem que comprar uma sacola para carregar. Caixa não dá para levar a pé, e elas são sujas, você não sabe o que passou nelas”, disse.

Já o aposentado Djalma Martins Esteves, de 75 anos, usou uma mistura de opções para carregar suas compras. Até o carro, ele levou itens maiores, como sacos com frutas e legumes, soltos no carrinho. Produtos menores foram colocados em uma sacola de couro sintético, antes usado por ele para fazer compras em feiras. Já no carro, ele acomodou os sacos com frutas no porta malas, parte delas dentro de caixas de plástico. Outras duas sacolas retornáveis também aguardavam as compras. “Demorou muito para isso começar aqui, já deveria ter sido adotado há mais tempo. Eu não fico desperdiçando plástico”, afirmou.

Venda
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Procon-SP, Ministério Público e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) prevê o fim da distribuição de qualquer tipo de sacola plástica descartável, mesmo que biodegradável, e obriga os estabelecimentos a venderem pelo menos uma opção de sacola retornável por até R$ 0,59 até agosto. Todos os estabelecimentos visitados pela equipe de reportagem do G1 na manhã desta quarta também tinham caixas disponíveis para os clientes.

Os supermercados Carrefour, Pão de Açúcar e Extra visitados tinham opções de sacola reutilizável à venda por até R$ 0,59 – apenas no Carrefour ela era mais barata, vendida por R$ 0,49. Já na unidade do Pastorinho da Vila Mariana, na Zona Sul, a opção de sacola mais barata custava R$ 0,99. Foi a opção encontrada pela aposentada Maria Auxiliadora, de 62 anos, para carregar suas compras.

“Até ontem estavam distribuindo [sacolinhas] no mercado perto da minha casa, não sabia que ia acabar hoje”, disse ela. “Está errado, tem que ter a sacolinha. Foi um gasto a mais que tive, ou não tinha como carregar tudo no ônibus.”

A direção do Pastorinho informou que a sacola que custa R$ 0,59 estava em falta, e que houve um problema com o fornecedor. O mercado afirmou que está providenciando o abastecimento da loja, e que espera que as sacolas voltem a estar à venda ainda nesta quarta.

Segundo o mercado, as embalagens reutilizáveis a venda pelo valor exigido pelo TAC foram as mesmas distribuídas no Dia do Consumidor, 15 de março.
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