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Domingo, 28 de julho de 2024

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Mulher que esquartejou marido lê livros sobre história e vinhos na prisão

Elize Matsunaga, de 30 anos, assassina confessa do marido, o diretor-executivo da Yoki Marcos Matsunaga, 41, está lendo livros sobre história, vinhos e um romance na prisão, segundo informou nesta quinta-feira (21) a defesa da bacharel em direito.


De acordo com o advogado Luciano Santoro, ele entregou a sua cliente quatro livros, três que ela pediu e um outro que ganhou de presente de um jornalista. As obras foram dadas na Cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo, onde Elize ficou presa do dia 5 de junho até a terça-feira (19), e seguiram com ela até a Penitenciária Feminina de Tremembé, no interior de SP, onde chegou na quarta (20) e está presa preventivamente por decisão da Justiça.

Elize atirou na cabeça do empresário e o esquartejou no dia 19 de maio, no apartamento do casal, na Zona Oeste da capital paulista. Depois, jogou partes do corpo em Cotia, na Grande SP.

Segundo o advogado de Elize, ela está lendo ‘1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil’ e ‘1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D.Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado’, ambos do escritor e jornalista brasileiro Laurentino Gomes, e ‘Atlas Mundial do Vinho’, dos escritores Hugh Johnson e Jancis Robinson.

“Elize tem curiosidade em ler livros de história e aprecia vinhos”, disse o advogado Santoro, que não soube informar qual o título do romance que sua cliente ganhou. “Eu entreguei para ela, mas não lembro o nome do livro, só sei que foi de presente e o autor é William Shakespeare”.

A defesa de Elize alega que o crime foi passional, movido por paixão sob forte emoção num ato impensado da cliente deles. Que a bacharel matou Marcos após discussão sobre a traição dele, quando ele a agrediu, a xingou e disse que iria tirar a guarda da filha dela pelo fato de Elize ter sido garota de programa quando o conheceu. Para o Ministério Público, o crime foi premeditado, e a bacharel matou o marido por vingança, ao descobrir a traição, e por dinheiro, para ficar com o seguro de vida de R$ 600 mil da vítima, já que ela é a beneficiária.

Habeas corpus
Nesta quinta, os advogados de Elize devem entrar com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) contra a decretação da prisão preventiva. Segundo Santoro, o recurso será impetrado para solicitar aos desembargadores que a bacharel responda ao crime em liberdade. Até as 15h20, nenhum habeas corpus havia dado entrada no TJ.

Com a prisão preventiva, Elize deverá ficar presa até um eventual julgamento. A data da audiência de instrução ainda não foi marcado. A decisão de levar a bacharel a júri ou não será do juiz Adilson Paukoski Simoni, do 5º Tribunal do Júri, no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste.

O promotor José Carlos Cosenzo é o responsável pela acusação. A bacharel responde presa aos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, meio cruel e ocultação de cadáver. Segundo ele, Elize pagou R$ 7 mil a um detetive particular para ele filmar Marcos trocando carícias e beijando uma mulher.

Enquanto isso, Elize deve passar lendo os livros que recebeu e ainda será submetida a um período de adaptação e irá se consultar com uma psicóloga antes de conviver com outras presas em Tremembé.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) também possui programas de incentivo à leitura para presos. Segundo a pasta, há uma biblioteca na unidade onde a bacharel está presa.

Por enquanto, Elize permanecerá em uma cela isolada em Tremembé. A Penitenciária Feminina 1, chamada Santa Maria Eufrásia Pelletier, é a mesma onde estão Suzane Von Richthofen, condenada pela morte dos pais, e Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada, Isabella Nardoni. Elize ficará dez dias separada das outras presas, e sem poder receber visitas.

Pivo da traição
Na terça, os advogados da mulher que foi filmada com Marcos deram uma entrevista coletiva para dizerem que N. (como pediram para chamar a cliente) é modelo e não garota de programa, como ela mesma declarou em depoimento ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o advogado de N., Roberto Parentoni, sua cliente só irá prestar um novo depoimento se a Justiça o pedir.
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